Igreja Evangélica
Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP.
50040 – 000 Fone: 3084 1524
1º TRIM/2016
(Mt
24.4-5; 11-13; I Ts 1.10)
INTRODUÇÃO
A lição deste primeiro trimestre de 2016 tem como título: “O Final de Todas as Coisas – Esperança e
glória para os salvos”,
onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas em uma das
disciplinas da Teologia Sistemática – a Escatologia. Nesta
primeira lição, introduziremos o assunto trazendo importantes informações sobre
a Escatologia, tais como: definição, conteúdo, propósito; importância; quais
povos são contemplados com a doutrina das últimas coisas; qual o método de
interpretação mais fiel as Escrituras; quais aplicações práticas que temos com
a Escatologia; e, por fim, veremos um resumo dos eventos escatológicos que
estaremos estudando pormenorizadamente.
I
– SOBRE A ESCATOLOGIA
1.1
Definição. Escatologia é a área da teologia sistemática que trata das últimas
coisas. “O termo deriva de uma combinação das palavras gregas “eschatos”,
que significa: “último; fim”, e “logos”, que significa: “palavra”
(o sufixo português “logia” significa “estudo, ciência ou doutrina”). A
escatologia lida com realidades extremamente pessoais, como a morte, a condição
imediatamente posterior ao arrebatamento e a glorificação. Ela também aborda,
contudo, questões mais cósmicas e gerais, como a segunda vinda de Cristo, o
Milênio, o Juízo Final, recompensas e castigos eternos, novos céus e nova
terra. A escatologia é tanto pessoal como universal, tanto individual quanto
cósmica”
(LAHAYE, 2010, pp. 167,168).
1.2 Conteúdo. A
escatologia é essencialmente profética, ou seja, trata exclusivamente de
predizer eventos futuros que já se cumpriram, estão se cumprindo ou irão se
cumprir (Ap 1.19). “Cerca de vinte e cinco por cento da revelação divina têm
natureza preditiva. Esse fato demonstra a importância do assunto. As teologias mais antigas
negligenciavam o assunto; mas, nos tempos modernos, à medida que os eventos se
aproximam, se desperta um interesse cada vez maior sobre a questão” (CHAMPLIN,
2004, p. 437 – acréscimo nosso).
1.3 Propósito. A Escatologia tem o propósito de revelar a soberania de Deus na história
e sua presciência acerca dos eventos que estão porvir. “Na esfera da profecia, a capacidade divina é claramente vista como
alguma coisa que transcende as limitações humanas. Deus parece ter prazer em
seu poder de predizer o futuro; ao menos, esse poder é evidentemente usado, a
fim de despertar a mente humana para as maravilhas do seu Ser. A parte da
revelação divina, o homem nada sabe do que vai acontecer. Para Deus, o fim é
conhecido desde o princípio” (CHAFER, 2003, p. 621).
1.4 Importância. Sem sombra
de dúvida a importância da Escatologia se dá pelo fato de mostrar o que
acontecerá no futuro com a humanidade. O homem é por natureza curioso com o
porvir, podemos observar isso estampado na pergunta dos apóstolos, feita ao
Senhor Jesus Cristo: “Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal
haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). A mesma ansiedade
também tinha os crentes de Tessalônica (I Ts 4.1-10). A Bíblia é o único livro
que satisfaz plenamente os anseios do homem em todos os aspectos, até quanto ao
que virá a acontecer no futuro.
II
– O ALCANCE DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
“A
Escatologia Bíblica está relacionada com os três grupos de povos em que Deus
mesmo divide a raça humana. Os povos da terra considerados sob o ponto de vista
humano estão divididos nos mais diversos grupos étnicos, mas Deus, considerando
a humanidade sob o ponto de vista divino, divide-a em três segmentos que são: Os
judeus (Israel), os gentios, e a Igreja de Deus (1 Co 10.32): (a) A Igreja. Para com a Igreja, a
descida do Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transformar os
crentes vivos é apresentada como constante expectação e esperança (1 Co
15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20);
(b) Os judeus (Israel). Para
o povo escolhido, a vinda do Senhor é predicada para cumprir as profecias que
dizem respeito ao seu ressurgimento nacional, a sua conversão, e
estabelecimento em paz e poder sob o Pacto Davídico (Am 9.11,12; At 15.14-17);
e, (c) Os gentios. A
Bíblia nos mostra que para os gentios, isto é, as nações em
geral, Jesus virá como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e Juiz, para
julgá-las, e, após isso, reinar sobre elas com justiça (Sl 2.6-10; 96.13)”
(GILBERTO, 2007, p. 09 - acréscimo nosso).
III –
INTERPRETANDO A ESCATOLOGIA
A forma mais coerente de interpretação da
Escatologia é a forma literal. O literalismo “é a interpretação bíblica que
leva em conta o que, realmente, está escrito, sem quaisquer subterfúgios alegóricos.
É a abordagem do texto em sua forma mais óbvia e concreta” (ANDRADE, 2006, p.
255). Esta forma de interpretação das Escrituras Sagradas são mais aceitas no
meio cristão, por vários motivos, eis alguns: (a) Este
sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as línguas, povos e
nações; (b) As Escrituras Sagradas só
fazem sentido se interpretadas de forma literal; (c) Esta forma de interpretação respeita as
parábolas, sonhos e simbologia – bem presente nos livros de Daniel, Ezequiel e
principalmente, no Apocalipse; (d) No
sentido literal de interpretação é possível fazer comparações com outros textos
das Santas Escrituras; (e) Esta
forma de interpretação considera todo o contexto e não só uma parte do texto
isolado das demais; (f) O
Senhor Jesus, os profetas e apóstolos, utilizaram esta forma de interpretação
das Escrituras.
IV
– A IMPORTÂNCIA PRÁTICA DA ESCATOLOGIA
4.1 Esperança.
Nada proporciona mais consolo a alma do fiel que saber que um dia Deus “aniquilará
a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os
rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra [...]” (Is
25.8). Confira ainda (Ap 21.4). “Na natureza da fé
cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo
sem futuro não seria autêntico. Em contraste, entretanto, com a escatologia das
religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do
cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental
de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente (Rm 12.12; 15.4; II Co 1.7;
Cl 1.5; Tt 2.13)” (WALWOORD, 2002, p. 08 – acréscimo nosso).
4.2
Vigilância e santidade. A Escatologia exorta-nos a vigilância e a santificação. “O verbo vigiar
significa ficar acordado, alerta, dar total atenção, para evitar que por
negligência ou indolência algumas calamidades destrutivas atinjam a vida de
alguém (Mt 24.42; 25.13; Ap 16.15), ou ainda para evitar que alguém negue ou
abandone a Cristo (Mt 26.41) ou caia em pecado (1 Ts 5.6; 1 Co 16.13; 1 Pe 5.8;
Ap 3.2)” (WYCLIFFE, 2010, p. 2018). De igual forma a santificação é condições
indispensável para estarmos aptos à entrada nos céus (Mt 5.8; Mc 13.33,35; Lc
21.36; Hb 12.14; I Jo 3.2). A santificação é um ato divino, que também inclui a
participação humana (Jo 17.19; Ap 22.11).
4.3
Serviço e recompensa. O NT promete que os crentes fiéis receberão galardão em reconhecimento
dos seus serviços em prol do Reino de Deus. Biblicamente
esse evento é denominado de Tribunal de Cristo. A certeza dessa volta iminente
e da recompensa pelos nossos serviços nos impele a trabalhar com afinco e
incansavelmente na obra do Senhor (Rm 14.10; I Co 15.58; II Co 5.10; Hb
6.10,11).
V – QUAIS OS TEMAS ESTUDADOS NA
ESCATOLOGIA
Em que ordem às últimas
coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma sequencia geral acompanhada de
passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em mente todo o cenário
escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas, examinar com
cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo:
EVENTOS ESCATOLÓGICOS SEGUNDO A
CRONOLOGIA BÍBLICA
|
|
O Arrebatamento da Igreja
|
Nos ares;
antes da Grande Tribulação (I Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos
desencadeara uma serie de eventos.
|
O Tribunal de Cristo
|
Este julgamento não tem como propósito
condenar nenhum crente ao inferno, mas recompensar os que procederam de forma
firme, constante e abundante na obra do Senhor (Rm 14.10).
|
A Grande Tribulação
|
Na Terra,
por sete anos (Dn 9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu (Ap 19.1-9).
|
A Vinda em glória de Jesus na
Terra
|
Em poder e glória, para a batalha
do Armagedom (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16).
|
O fim do Império do Anticristo
|
Na segunda fase da segunda vinda, Cristo aniquilará
o iníquo (Ap 19.19-21).
|
O julgamento das nações
|
Nesta ocasião, Cristo Jesus, julgará as nações que
socorreram ou não a nação de Israel durante o período da Grande Tribulação
(Jl 3.12-14; Mt 25.31-46).
|
O Milênio
|
Após a prisão de Satanás, o reinado de Cristo será
implantado na terra durante mil anos literais (Ap 20.1-6).
|
A revolta do diabo e seu
julgamento
|
Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco
tempo, pois logo ele – em última instância – e suas hostes serão julgados (Ap
20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
|
O juízo final
|
A este julgamento serão submetidos os mortos
ressuscitados, na consumação de todas as coisas (Ap 20.11-15).
|
Novos céus e nova terra
|
Nesse momento a terra será completamente restaurada
de todo mal decorrente do pecado e da influência de Satanás (Ap 21-22; 2 Pe
3.7).
|
CONCLUSÃO
Deus, em seu infinito conhecimento,
deixou-nos em Sua Palavra o registro dos acontecimentos futuros a fim de que
entendamos que Ele é soberano sobre a história e que, no tempo certo, tudo
convergirá para que o seu eterno propósito seja estabelecido por meio de Jesus
Cristo, Seu Filho. Tal esperança nos trás consolo de que um dia o mal terá seu
fim, e o bem será estabelecido para sempre. Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE, Claudionor Corrêa
de. Dicionário Teológico. CPAD.
·
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
·
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Profecia Bíblica. CPAD.
- WALWOORD, John F. Todas as profecias da Bíblia. VIDA.
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