Igreja Evangélica
Assembleia de Deus em Pernambuco Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz
Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
3º
TRIMESTRE 2016 (At 1.1-14)
INTRODUÇÃO
Nesta
lição destacaremos algumas verdades sobre a Igreja: sua origem, edificação e
inauguração. Veremos que ela é composta de todos aqueles que aceitaram a Cristo
como Único e Suficiente Salvador, independente de cor, raça, sexo e etnia.
Destacaremos à luz da Bíblia que antes de ser assunto ao céu, Jesus, prometeu
capacitar dos seus seguidores com o revestimento de poder a fim de que levassem
adiante a excelente missão de evangelizar os quatro cantos da terra; e, por
fim, pontuaremos que a igreja existe, é ordenada, se realiza, e só pode
permanecer existindo se evangelizar.
I – A IGREJA: SUA ORIGEM,
EDIFICAÇÃO E INAUGURAÇÃO
Segundo Andrade (2006, p. 221 –
acréscimo, itálico e negrito nosso), “a palavra 'igreja' do
hebraico 'qahal', significa: 'assembleia do povo de Deus';
do grego 'ekklesia', quer dizer: 'assembleia pública'
. É o organismo místico composto por todos os que aceitam o sacrifício vicário
de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e prática. No
NT, o mesmo termo aplica-se também ao ajuntamento dos fieis, num determinado
lugar, para adoração a Deus, fortalecer a comunhão fraternal e desenvolver o
serviço cristão”. Abaixo destacaremos
algumas verdades sobre a igreja à luz das
Escrituras:
1.1 Deus Pai, o
projetista da Igreja (Ef 3.1-12). Quanto a Igreja o apóstolo diz que era um mistério que
estava oculto em Deus na eternidade, mas que foi revelado pelo Espírito
na dispensação da graça (Ef 3.3,4). “A Igreja foi, desde a eternidade,
concebida na mente de Deus. Isso, por si só, explica a sua peculiar natureza
como povo adquirido, que não se verga diante das pressões do mundo. Deus a
projetou em toda a sua dimensão divina e histórica, prevendo cada detalhe desde
a sua concepção até ser inaugurada no dia de Pentecostes, para dai seguir a sua
trajetória através dos tempos” (GILBERTO, 2008, p. 382).
1.2
Deus Filho, o
edificador e o fundamento da Igreja (Mt 16.18). Quando Jesus disse “[...] edificarei a minha
igreja [...]” estava afirmando que Ele era o edificador da
igreja. A palavra “edificar” segundo o Aurélio significa:
“construir, levantar; fundar, instituir, criar” (FERREIRA, 2004, p.
714). Cristo iniciou essa obra amando a Igreja e se
entregando
por ela (Ef 5.25).
Ela tornou-se propriedade exclusiva do Senhor, pois Ele cumpriu todas as
exigências quanto à forma de resgatá-la (1 Co 6.20). A Igreja, portanto, é um
povo adquirido (1 Pe 2.9). cujo preço pago não pode ser avaliado em ouro ou
prata (1 Pe 1.18). Mas, além de edificá-la, a Igreja encontra-se também
alicerçada em Cristo (I Co 3.11; Ef 2.20).
1.3 Deus Espírito
Santo, o inaugurador e mantenedor da Igreja (At 2.1-4). Com a ascensão de Cristo, inicia-se o processo
de inauguração da Igreja, que culminou no dia de Pentecostes. Existem diversas
opiniões sobre a inauguração da Igreja, todavia, segundo Horton (2006, pp.
538,539), “a maioria dos estudiosos, acreditam que as evidências bíblicas são
favoráveis ao dia de Pentecostes, em Atos 2, para a inauguração da Igreja. É
fato que Lucas não emprega o termo ekklesia no seu evangelho, mas a
palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não
tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes do período abrangido em Atos.
No entanto, imediatamente após àquele grande dia em que o Espírito Santo foi
derramado sobre os crentes reunidos, a Igreja começou a propagar poderosamente
o Evangelho, conforme fora predito pelo Senhor ressurreto”. O Espírito Santo
desceu para inaugurar a igreja e permanecer com ela até a volta de Cristo (Jo
14.17; Ap 22.17).
II – A IGREJA E A SUA COMPOSIÇÃO
Desde
o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os
homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). Mas, o sentimento
ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta realidade de que, Deus os
levantou a fim de serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6;
49.6; Rm 2.17-20). A vinda do Messias, no entanto, mostrou claramente que, Deus
não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9). É necessário entender
que: (a) Deus amou o mundo e não apenas uma classe de pessoas (Jo 3.16);
(b) o sacrifício de Jesus não alcança apenas um povo (Jo 1.29; I Jo
2.2); (c) sua graça alcança tanto os judeus como os gentios (Rm 3.29;
9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6); (d) a ordem de levar as boas novas de
salvação é extensiva até aos confins da terra (At 1.8) . Portanto, o que foi
negligenciado por Israel, está sendo feito pela Igreja – a evangelização dos
povos, tribos, línguas e nações. Por meio da fé em Cristo, independente de
nacionalidade o convertido passa a ser integrante do Corpo de Cristo, pois é
enxertado pelo Espírito Santo Nele (Rm 1.16; 11.24). No livro do Apocalipse,
após o Filho de Deus abrir o livro e desatar os selos, o céu irrompe em louvor
pelas vidas que foram alcanças pelo sacrifício de Cristo (Ap 5.9).
A
Bíblia registra uma promessa feita pelo Pai celestial que haveria de inaugurar
uma nova etapa no seu relacionamento com a humanidade. O Espírito Santo seria
derramado mais plenamente nos seus servos, passando a habitá-los e a
capacitá-los de forma especial (Is 44.3; Jr 31.33; Jl 2.28-32). Lembramos que
no AT, o Espírito Santo tão somente vinha sobre os filhos de Israel a fim de
capacitá-los para um fim específico (Nm 11.16,17; Jz 6.34; I Sm 16.13). No NT
isso mudou, pois o Espírito não estaria apenas conosco, mas em nós, sendo a
capacitação ampliada (Jo 14.16,17). Em Lucas 24.49 e Atos 1.8 encontramos o
Senhor Jesus Cristo confirmando a promessa do Pai aos seus discípulos que os
capacitaria para a obra que eles deveriam realizar. Para isto era necessário
que Jesus fosse ao Pai e rogasse pela vinda do outro Consolador para que
estivesse com os seus servos (Jo 14.15). Com a vinda do Espírito para estar com
a Igreja, o Senhor Jesus iria conceder ao seu povo aquilo que seria necessário
para realizar a Sua obra aqui na terra até a sua vinda. A recomendação foi que
eles ficassem em Jerusalém, esperando a promessa do Pai (Lc 24.49; At 1.4,8).
Os discípulos aguardaram e experimentaram o batismo com o Espírito Santo (At
2.1-10).
IV – A IGREJA E A EVANGELIZAÇÃO
Segundo
Horton (2006, pp. 299,300), “a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em
benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu
com o poder do dom do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e
propósito de Deus”. Muitos itens podem ser incluídos tais como: a
evangelização, a adoração, a edificação e a responsabilidade social. Mas, em se
tratando especificamente da evangelização, há cinco textos onde o Senhor Jesus
comissiona seus discípulos para esta sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc
16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At 1.8). Esta missão que tem por objetivo
proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o
homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover
o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a
Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
4.1 A Igreja existe
para evangelizar. Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja
existe, afirmou o apóstolo Pedro:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A
Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente
delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da
evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se
para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e,
evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
4.2 A Igreja é ordenada a evangelizar. A palavra “ordenar” segundo o Aurélio
significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é
uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt
28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em
todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja,
o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para
crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da
vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
4.3 A Igreja se realiza evangelizando. Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha
visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20;
5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co
9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At
20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões;
contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo
missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser
evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
4.4 A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar. Como a Igreja poderá crescer em número senão
evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do
contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos
claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho
e o pequeno grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma
extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do
Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na
segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de
Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o
evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
CONCLUSÃO
Como Igreja, devemos estar
cônscios da nossa responsabilidade aqui na terra de proclamar as boas novas de
salvação a todos os homens. Devemos utilizar dos diversos canais legítimos que
dispomos, para que a mensagem de Cristo possa alcançar o maior número de
pessoas. Esta, sem sombra de dúvida alguma, é a maior contribuição que podemos
dar a nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário
Teológico. CPAD.
·
GILBERTO, Antonio et al. Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
·
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
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