sábado, 23 de julho de 2016

LIÇÃO 04 – O TRABALHO E O ATRIBUTO DO GANHADOR DE ALMAS

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

3º TRIMESTRE DE 2016 (At 8.26-40)

INTRODUÇÃO

Todo cristão pode e deve ser um ganhador de almas, pois, a chamada para pregar o Evangelho é coletiva. No entanto, alguns receberam um chamado para exercer o ministério de evangelista, que trata-se de uma chamada específica. Nesta lição, veremos a diferença entre o evangelista (dom ministerial) e o evangelizador (pregador do Evangelho); explicaremos sobre a necessidade do preparo espiritual para pregar o evangelho; e, finalmente, citaremos qual deve ser o sentimento do evangelizador.

I – O EVANGELISTA E O EVANGELIZADOR

Vejamos a definição, exemplos e atribuições de cada um deles:

1.1 O Evangelista. O evangelista é um “obreiro especialmente vocacionado, a fim de proclamar o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. É um dom ministerial conferido pelo Espírito Santo, através do qual o obreiro cristão é impulsionado a proclamar de maneira sobrenatural a mensagem do evangelho. Em Efésios 4.11, o dom de evangelista é apresentado como o segundo dom ministerial” (ANDRADE, 2014, p. 177). A palavra evangelista vem do grego “euangelistes”, que literalmente significa: “mensageiro do bem” ou “mensageiro de boas novas”, (formado de “eu” que é “bem”, e “angelos” que é mensageiro”) . Denota “Pregador do Evangelho; Mensageiro de Boas Novas” (At 8.5,26,40; 21.8), por isto, podemos dizer que os missionários são verdadeiros ganhadores de almas por serem essencialmente pregadores do Evangelho. O tema principal dos evangelistas é a salvação dos perdidos e a volta dos desviados. Paulo também era um evangelista (1Co 1.17), bem como também Timóteo: “... faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.5). Uma das características de quem recebe este dom ministerial é a total renúncia e inteira dedicação ao evangelismo. Vejamos algumas características dos evangelistas:

Os evangelistas eram os missionários da igreja primitiva (At 8.5,26,40; 21.8; Ef 4.11; 2Tm 4.5);

Os evangelistas eram ministros especiais do evangelho, com poderes quase apostólicos como os casos de Felipe (At 21.8) e Timóteo (2Tm 4.5);

O vocábulo missionário, conforme é usado em nossa época, está mais próximo da ideia dos evangelistas dos dias do NT, do que a palavra “evangelistas” quando aplicada a pregadores itinerantes, que fazem das igrejas locais o centro de suas atividades (CHAMPLIN, 2004, p. 606).

1.2   O Evangelizador. É todo e qualquer cristão que está cumprindo o Ide de Jesus de pregar o Evangelho a toda criatura. Todos os crentes, sem exceção, receberam esta incumbência (Mt 10.8; 28.19,20; Mc 16.15; At 1.8). Esta obra, só os salvos podem fazer. Jesus disse aos doze: “… de graça recebestes, de graça dai” (Mt 10.8). Nem mesmo os anjos podem evangelizar. Um anjo disse ao centurião Cornélio: "… manda chamar a Simão. Ele te dirá o que deves fazer” (At
10.5,6). Outro anjo, disse a Filipe que ele descesse ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, para pregar para o eunuco (At 8.26). Vejamos alguns exemplos bíblicos de evangelizadores:

Os discípulos de Jesus. André, que era discípulo de João Batista, depois de ter um encontro com Jesus, pregou as Boas Novas para seu irmão Simão Pedro e o levou a Jesus (Jo 1.39-42). Filipe, depois de haver sido convidado pelo Mestre para segui-lo (Jo 1.43), logo anunciou a mensagem para Natanael, dizendo: “... Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1.45), e o levou a Cristo (Jo 1.46,47). Depois, Filipe foi escolhido como um dos diáconos (At 6.5), e tornou-se um evangelista (At 21.8).

O gadareno. Depois de ser totalmente liberto por Jesus, ele desejou ser um dos seus seguidores (Mc 5.18; Lc 8.38). Mas, Jesus lhe deu a incumbência de ir pregar para sua família: “Vai para tua casa, para os teus e anun-cia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (Mc 5.18). E ele foi, começou a pregar em Decápolis (uma região onde havia dez cidades próximas) e todos se maravilhavam (Mc 5.20; Lc 8.39).

A mulher samaritana. Depois de salva por Jesus, junto ao poço de Jacó, foi impelida a ir à cidade de Samaria e pregar a Palavra dizendo: “Vinde e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura, não é este o Cristo?” (Jo 4.29). Os homens atenderam ao seu convite e foram ter com Jesus (Jo 4.30). “E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós mesmos o temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.41,42).

II – O PREPARO ESPIRITUAL DO EVANGELIZADOR

Pregar o evangelho não é uma tarefa fácil. Exige jejum, oração e leitura da Palavra de Deus, como veremos a

seguir:

2.1 Oração. Ninguém poderá se tornar um autêntico ganhador de almas se não dedicar tempo a oração. O próprio Jesus, antes de iniciar o seu ministério, passou quarenta dias jejuando e orando (Mt 4.1,2; Lc 4.1,2) e dedicou grande parte do seu ministério a oração (Mc 1.35; Lc 5.16; 22.41). A oração abre portas e remove barreiras. A Igreja nasceu em oração, e é nesse ambiente que ela cresce e se desenvolve (At 1.14; 2.42,46; 3.1; 4.24-31; 10.9; 12.5; 16.25; 22.17; Fp 1.4; 1Ts 1.2; 2Tm 1.3). Quando o ganhador de almas vive uma vida de oração, o seu trabalho tem êxito. Quando oramos, Deus nos dá uma visão das almas que precisam ser evangelizadas (At 10.9-20; 16.9). Por isso, devemos orar:

Por quem está fazendo este trabalho (Ef 6.19; Cl 4.3; 2 Ts 3.1); Para que Deus desperte outros para fazer esta obra (Mt 9.38); Para Deus abrir o coração dos pecadores (At 16.14; Rm 10.1); Para Deus firmar os novos convertidos (1Co 3.6; 1Ts 2.7-11); Para vencer os desafios contra a obra (At 4.24-31).

2.2   Jejum. O jejum é a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Essa prática vem desde o AT onde o povo de Israel jejuava por diversas razões (Jz 20.26; 1Sm 7.6; 2Sm 1.12; 12.16; Ed 8.21; Ne 1.4; Et 4.3,16; Sl 69.10). A prática do jejum também é mencionada nas páginas do NT. O próprio Jesus jejuou quarenta dias (Mt 4.1,2; Lc 4.1,2). A igreja de Antioquia é uma clara demonstração de que os crentes primitivos jejuavam, assim como o apóstolo Paulo também (At 10.30; 13.2,3; 14.23; 2Co 6.5; 11.27). Certa ocasião, um homem trouxe o seu filho que estava possesso por demônios, para que os discípulos de Jesus o libertasse. Porém eles não puderam libertá-lo. Depois que Jesus libertou o jovem, eles perguntaram ao Mestre porque eles não puderam expulsar o demônio. E Jesus lhes respondeu: “Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum” (Mc 9.29).

2.3   Estudo da Palavra de Deus. O conhecimento da Palavra de Deus é um requisito importantíssimo para o ganhador de almas. O conhecimento nos capacita a utilizar no tempo certo a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Ef 6.17). Devemos conhecer toda a Bíblia, pois “Toda Escritura inspirada e é proveitosa para ensinar, corrigir, redarguir...”
(2Tm 3.16). Quando o crente tiver esse conhecimento, poderá se tornar poderoso nas Escrituras, como Apolo (At 18.24). E, como consequência, os resultados serão os mais extraordinários, pois a Palavra de Deus é viva e eficaz e não volta vazia (Is 55.11; Hb 4.12). Assim, os pecadores não poderão resistir ao poder da Palavra (At 6.10). Somente quando o ganhador de almas possuir o conhecimento da Palavra é que poderá conduzir as almas a Cristo (At 18.28). Vejamos alguns textos apropriados para evangelizar:

Todos os homens estão debaixo do pecado (Is 53.6; 64.6; Rm 3.23; 5.12,19; 6.23);

A provisão divina para nossa salvação (Jo 3.16,17; Rm 5.8; 2Co 5.18-21; Ef 2. 1-10); A necessidade da fé para ser salvo (At 10.43; 16.31; Rm 3.25,28; 5.1);

A necessidade do arrependimento, da conversão e do novo nascimento (Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 17.30); As consequências da incredulidade e da rejeição a Cristo (Jo 3.18,36; Hb 2.3; 10.28,29)
Como receber a Jesus (Jo 1.12; Rm 10.9,10; Ap 3.20).

III    – O SENTIMENTO DO GANHADOR DE ALMAS

O sentimento do evangelizador deve ser o mesmo de Cristo: amor e compaixão pelas almas (Mt 9.36; 14.14; Mc 6.34; 8.2; Lc 7.13; Jo 10.11). Por isso, todo o seu ministério foi dedicado à conquista dos pecadores (Jo 4.34), pois Ele as via como ovelhas que não tem pastor (Mt 9.36) e como doentes que necessitavam de médicos (Mt 9.12). O amor pelas almas é o resultado de uma comunhão íntima com Deus (1Jo 4.19,20), bem como do conhecimento da perdição do pecador (Rm 6.23). O amor de Deus, derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.9), nos impulsiona poderosamente a levar as Boas Novas aos perdidos (2Co 5.14). Assim, o ganhador de almas, como o apóstolo Paulo, não deve temer prisões, tribulações e nem mesmo a morte (At 21.13), mas, seu desejo é cumprir com alegria a sua carreira de testificar do evangelho da graça de Deus (At 20.23,24).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, nem todos os crentes são evangelistas, no sentido de dom ministerial, mas todos podem ser evangelizadores. Mas, para ser um verdadeiro pregador do evangelho é necessário ter um preparo espiritual através da oração, do jejum e do estudo da Palavra de Deus. Além disso, o ganhador de almas deve ter um profundo amor pelos pecadores, como Jesus, que deu a sua vida por nós.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
ANDRADE, Claudionor Correa de. O Desafio da Evangelização. CPAD.

BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.

GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 

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