Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av.
Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
(Êx 20.7; Mt
5.33-37; 23.16-19)
INTRODUÇÃO
Veremos
nesta quinta lição, que a finalidade do terceiro mandamento é afirmar a
santidade de Deus. Não podemos profaná-lo e nem tratá-lo irreverentemente. Não
se deve pensar em Deus ou em seus mistérios sem a devida sobriedade e
reverência. Estudaremos que na Bíblia, o nome está intimamente ligado à pessoa,
indicando o seu próprio caráter, ou ainda denotando a posição e função de quem
traz o nome (Êx 23.21). O terceiro mandamento nos diz que quando lembramos do
nome de Deus, devemos preparar-nos para render-lhe culto porque as verdades que
sabemos sobre alguém são despertadas quando pronunciamos o seu nome.
I - NÃO TOMARÁS O NOME DO TEU DEUS EM VÃO
Este
mandamento nos diz que é errado usar o nome de Deus em coisas vã. A palavra
vão, significa: “algo insignificante, vazio, oco, inútil, sem valor;
ilusório, sem fundamento real, fútil, frívolo, falso, ignorante, ineficaz”
(FERREIRA, 2004, p. 2035). O nome de Deus só era pronunciado uma vez por ano,
pelo sumo-sacerdote, ao abençoar o povo no grande Dia da Expiação (Lv 23.27), e
isso com extrema reverência e adoração. Os escribas por exemplo; quando tinha
que escrever o Nome de Deus em uma obra, eles paravam, lavavam-se, mudavam de
veste e caneta, e somente assim escrevia. Logo em seguida, eles depositava a
caneta usada em um lugar onde nunca mais poderia ser usado por ninguém para
escrever outra palavra. Ainda hoje muitos judeus ortodoxos para não usar o nome
de Deus em vão, nem sequer dizem o nome Jeová ou Javé. Ao invés disso, eles
usam a palavra Deus, ou Adonai.
1.1 “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em
vão [...]” (Êx
20.7). No judaísmo mais recente, esta proibição envolvia qualquer uso impensado
e irreverente do nome YHWH (pronuncia-se YHAVÉ). Em sua forma original,
o terceiro mandamento refe-se a jurar falsamente pelo nome do SENHOR (Lv
19.12). Este parece ser o verdadeiro sentido do texto hebraico. A lei permitia
abençoar e amaldiçoar em nome de YHWH (Dt 11.26), isso equivalia a proclamar
Sua vontade e Seu propósito para com várias classes de indivíduos. Jurar pelo
Seu nome era, então, permitido, embora fosse proibido por Cristo, séculos mais
tarde (Mt 5.34). Na verdade, jurar pelo Seu nome (e não pelo de qualquer outro
deus) era um sinal de que tal pessoa era um adorador de Jeová (Jr 4.2), e por
isso era algo digno de louvor (COLE, 1981, p. 151).
1.2 Toda lei carrega uma penalidade para aquele
que a desobedece.
Este mandamento traz consigo um aviso específico. Sem dúvida isto é mencionado
devido a tendência insolente do homem pensar a respeito deste pecado.
Observemos que o mandamento traz dentro de si uma severa advertência de Deus a
respeito da desonra ao Seu nome: “…o SENHOR não terá por inocente...”
(Êx 20.7). Essa fala demonstra que Deus não aceita a falta de reverência diante
de Seu nome.
II - O TERCEIRO MANDAMENTO E A BANALIZAÇÃO DO NOME DE
DEUS
Os
nomes de Deus não são apenas uma indicação pessoal, mas são inerentes à sua
natureza e revelam suas obras e seus atributos... Quando a Bíblia faz menção do
"nome de Deus", está revelando o poder, a grandeza e a glória do Deus
Todo-poderoso; além de mostrar seus atributos, o nome representa o próprio Deus
(SOARES, 2014, p. 50). No AT o castigo para o mau uso do nome de Deus era o
apedrejamento (Lv 24.16). Uma punição severa: “... porque o Senhor não terá por inocente...” (Êx
20.7-c). Está implícito, especificamente, que o próprio Deus será
o vingador daqueles que tomam o seu nome em vão. Percebemos que essa proibição
estava ligada ao juramento falso, que era usar o nome de Deus para atestar uma
declaração mentirosa (Lv 19.12). Esse mandamento não exclui a recorrência ao
nome do Senhor em juramentos verdadeiros e solenes (2Sm 2.27; Jr 4.2; Nm 30.3;
Js 7.17; Jo 9.24; 2Co 1.23). Este mandamento apresenta um aviso necessário para
não se mencionar o nome de Deus em vão, e ainda é tão necessário como na época
em que foi instituído. Tomamos o nome de Deus em vão quando:
·
Por
hipocrisia. É
Quando se faz uma profissão do nome de Deus, mas não vive à altura de tal
profissão. Aqueles que mencionam o nome de Cristo, mas não se afastam da
iniqüidade, como este nome os obriga a fazer, o mencionam em vão. A sua
adoração é vã (Mt 15.7-9), as suas oblações são vãs (Is 1.11,13) e a sua
religião é vã, (Tg 1.26).
·
Pelo
rompimento do concerto.
É quando se faz promessas a Deus, e não cumprirmos os juramentos ao Senhor,
estamos tomando o seu nome em vão (Mt 5.33). Isto seria uma falta de sabedoria
de nossa parte, e Deus não se alegra de tolos (Ec 5.4), nem se deixa
escarnecer, (Gl 6.7).
·
Por
juramentos precipitados. É quando se menciona o nome de Deus, ou qualquer dos
seus atributos, na forma de juramento, sem nenhuma ocasião apropriada para
isto, nem a devida concentração da mente para isto, mas como simples palavras,
sem nenhum objetivo nem boa intenção.
·
Por
falsos juramentos. Pensam
alguns teólogos que este é o objetivo principal do texto deste mandamento. Uma
parte do respeito religioso que os judeus eram ensinados a prestar ao seu Deus
era jurar pelo seu nome (Dt 10.20). Mas eles o ofenderiam, em vez de honrá-lo,
se o chamassem para ser testemunha de uma mentira.
III – O TERCEIRO MANDAMENTO E A CULTURA
"Na
cultura brasileira, as expressões ‘meu Deus’, ‘Deus me livre’, ‘se Deus
quiser’, ‘Deus é testemunha’, ‘juro por Deus’ tornam-se tão frequentes, e até
populares, que todos acabaram se acostumando. O problema não está no uso dessas
palavras, mas na atitude do coração. Quando bem pensadas, tais expressões
constituem uma oração, manifestam nossa confiança no Senhor e testificam a
sinceridade da nossa fé. Por outro lado, não resta dúvida de que o uso
impensado dessas frases não ajuda em nada; pelo contrário revela leviandade
para com as coisas sagradas, e é isto o que está em pauta no terceiro
mandamento" (REIFLER, 2010, p. 20).
O
terceiro Mandamento requer o uso santo e reverente do nome de Deus, de seus
títulos, perfeições e atributos, quer por palavras ou obras e até mesmo em
conversa comum e, especialmente, no culto religioso. Também exige que se deva andar
segundo a santidade do Seu nome e invocá-lo sempre com ações de graça (Sl
111.9; Sl 89.7; Mq 4.5;. Rm 10.12;. Sl 103.1). Este mandamento proíbe também
tomar o nome de Deus em vão utilizando de uma forma leviana em juramentos
profanos e maldições (Rm 3.13; Tg 3.9 - 10). Da mesma forma o perjúrio, ou
seja, o jurar falsamente pelo Seu nome, pois, embora um juramento possa sempre
ser tomado legalmente com o nome de Deus, nunca se deve tomá-lo falsamente (Dt
6.13; Hb 6.16; Zc 8.17). Assim também blasfemar contra o nome de Deus é uma
violação deste preceito, (Lv 24.14; Sl 74.10).
IV - O NOME DE DEUS E O NOME DE JESUS
Em
várias ocasiões, Jesus refina os temas do AT e estende suas aplicações. Ao
tratar dos juramentos no sermão do monte, ele nos aconselha a não jurar.
Devemos ser pessoas de tal integridade que um “sim” ou um “não” basta para
indicar nosso compromisso ou nossa recusa (Mt 5:33-37). Uma razão mais profunda
para tal proibição pode ser vista no fato de que Deus era a única realidade
viva para a mentalidade israelita. É por isso que Seu nome era sempre envolvido
nos votos e juramentos, normalmente na fórmula “ tão certo como vive o Senhor”
(2 Sm 2.27). Usar tal frase e depois deixar de cumprir o voto era questionar a
realidade da própria existência de Deus. A Bíblia não nos proíbe pronunciar o
nome de Deus. Ela nos encoraja a invocá-lo de coração e com temor: “Cantai
a Deus, salmodiai O SEU NOME; exaltai o que cavalga sobre as nuvens. SENHOR é o
seu nome, exultai diante dele” (Sl 68.4). Aqui também se pode descobrir
o poder moral para a injunção feita aos cristãos, isto é, não tomar o nome de
Cristo em vão.“E tudo quanto pedirdes EM MEU NOME, isso farei, a fim de
que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13). Com esse nome, fazemos
ao Pai uma petição e assinamos com o Nome daquele que tem autoridade nos céus e
Terra, sabendo que o Pai não negará nada ao Seu Filho primogênito. “E
tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o EM NOME DO SENHOR
JESUS, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl 3.17). Aqui somos colocados
frente à responsabilidade que esse nome traz àqueles que o carregam.
V - O NOME DE DEUS - UM NOME VENERÁVEL
"Uma vez que a frase hebraica também pode
ser traduzida como: “não pronunciarás o nome do Senhor”, os
judeus do período pós-exílio interpretaram esse mandamento como uma proibição
de até mesmo proferir o nome de Deus “Javé”. Assim, até hoje, nunca se referem
a Deus pelo nome, substituindo-o sempre por um termo alternativo, geralmente
“Adonai”, traduzido como Senhor em várias versões da Bíblia. No entanto, esse
mandamento não visa proibir o uso do nome de Deus, mas sim proteger a
integridade desse nome" (ADEYEMO, 2010, p. 112).
Esse mandamento é para os indivíduos
que fazem promessas falsas e procuram lhes dar credibilidade invocando uma
autoridade irrepreensível, entretecendo em discurso expressões como “diante de
Deus” ou “em nome de Deus”. Ninguém deve invocar o nome de Deus com o objetivo
de enganar outra pessoa. Esta proibição é apresentada de forma ainda mais
explícita em Levítico 19.12: “Nem jurareis falso pelo meu nome, pois
profanaríeis o nome do vosso Deus” (ver ainda Dt 5.11; SI 139.20). Nos
dias de hoje não é incomum ouvir pessoas invocarem o nome de Deus ao fazerem
promessas que não são capazes de cumprir ou, por vezes, nem sequer pretendem
tentar. Trata-se de uma profanação do nome de Deus, um nome que deve ser
reverenciado. Quem explora esse nome para seus propósitos egoístas não deve
esperar ficar impune (ADEYEMO,
2010, p. 113).
CONCLUSÃO
Podemos
concluir dizendo que o nome é muito mais que um rótulo que mostra a identidade
de uma pessoa. Vimos que o nome engloba todo o ser da pessoa, quem ela é, como
ela é, seus atributos, particularidades, atitudes. Assim, aprendemos que o
terceiro mandamento está claramente nos mostrando que Deus deseja ser honrado
por tudo que Ele é, que Ele fez, que Ele representa, que Ele revelou e
manifestou ao ser humano.
REFERÊNCIAS
·
HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. CPAD.
·
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
·
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos dez mandamentos: Um modelo de
ética para os nossos dias. VIDA
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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