Texto bíblico: Jz 4.4,6-9
E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.
E enviou, e chamou a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte de Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?
E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros e com a sua multidão, e o darei na tua mão.
Então, lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.
E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra pelo caminho que levas; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora se levantou e partiu com Baraque para Quedes.
O texto acima descrito nos fala a cerca de um período muito difícil para o povo de Israel, eles viviam no período dos Juizes, ou seja, a forma de governo. Israel naquele período não tinha um rei como as demais nações, eles eram dirigidos por Juizes, homens levantados por Deus para governar o povo.
A historia da Juíza Débora se passa em um período de crise, na qual não havia ninguém qualificado que assumisse esta importante tarefa. É neste quadro que surge uma mulher de coragem e desprendimento, uma das suas qualidades era a de querer ajudar o seu povo a passar toda aquela situação difícil. A disposição de Débora em prestar ajuda ao seu próximo, nos serve de exemplo para nossa lição
Introdução
O Senhor Jesus em seu ministério resumiu todos os mandamentos em dois principais, estes mandamentos deveriam guiar toda a vida de seus discípulos:
Amar a Deus sobre todas as coisas, e a seu próximo como a ti mesmo.
Amar a Deus sobre todas as coisas, nos fala da posição que devemos colocar Deus em nossa vida, Ele deve ocupar a primazia, o ponto central. Lembremos da palavras do Senhor:
Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6.33)
Amar o próximo como a nós mesmos; nos fala do relacionamento que devemos ter com aqueles que estão a nossa volta, as demais pessoas. É justamente neste contexto que a nossa lição se enquadra. Deus ao nos salvar por mio do plano da Salvação, nos deu a liberdade para escolhemos servi-lo ou não, da mesma forma temos a liberdade de cooperar na sua obra ou não, tudo é voluntário.
Por isso temos de escolher querer “ajudar”, Deus não nos obriga a isso, mas temos uma divida de gratidão e amor, pois alem de salvar as nossas almas Deus tinha um propósito a fazer isto.
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; (1Pe 2.9)
O apostolo Pedro afirma que fomos salvos por Deus, com o propósito de que falássemos das grandezas de Deus as outras pessoas, somente podemos realizar isto se tivermos o desejo de “ajudar”.
Quando o Senhor esteve nesta terra Ele viu que a obra de Deus aqui era muita grande, mas havia poucos trabalhadores, Ele se expressou desta forma utilizando símbolos para demonstrar que a obra de Deus ( na evangelização) necessitava da ajuda pois era muito extensa.
Desde os tempos bíblicos foi assim, Deus sempre necessitou de homens e mulheres dispostos a cooperar na sua obra, a lição de hoje nos mostra uma pessoa que se destacou pela ajuda que prestou a obra de Deus.
I- Vivendo para ajudar
Débora” (em hebraico, “Devorá”) significa “abelha” e designa uma pessoa que possui uma força de vontade excepcional. Ela luta com grande determinação para alcançar seus objetivos. Embora muito cautelosa, quando confia em alguém se revela uma companheira doce e amigável”
A Bíblia muito pouco fala sobre a vida de Débora. surge ela, no texto sagrado, pela primeira vez em Jz.4:4 e, fora esta passagem histórica do período de seu ministério, nada mais se fala sobre ela nas Escrituras. Sabemos, apenas, que ela era profetisa, mulher de Lapidote e que julgava a Israel, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, o que nos dá a entender que era da tribo de Efraim.
Israel vivia um período difícil quando Débora aparece no cenário da história sagrada. Depois da morte de Eude, o segundo juiz de Israel, o povo voltou a pecar e a transgredir a lei do Senhor.
A situação de prosperidade fez com que o povo se esquecesse do Senhor e, por causa disso, Deus permitiu que novo período de opressão (o terceiro desde a morte de Josué) viesse sobre Israel. Desta feita, foram os cananeus, sob a liderança de Jabim, que deles se fez rei, tendo à frente de seu exército Sísera e reinando na cidade de Hazor, que conseguiu dominar os israelitas, dominação que durou longos 20 anos. O povo, então, clamou ao Senhor, pedindo por libertação (Jz.4:3).
Débora demonstrou firmeza para servir a Deus em meio a uma geração perversa. Quantas lutas Débora enfrentou, quanto teve de renunciar para se manter separada do pecado e do mundo.
Ela distinguiu-se no meio daquele povo pecador. Por ter decidido servir a Deus, apesar de todas as circunstâncias adversas. Débora prestou uma grande ajuda aos israelitas.
Na sua dedicação a Deus, Débora passou a ter o discernimento espiritual necessário para julgar as causas mais difíceis que havia no meio do povo e, por isso, acabou se impondo como juíza em Israel. Não eram os homens que reconheciam esta ou aquela pessoa como juiz, mas tudo era resultado de uma vida de comunhão com o Senhor.
Era o Senhor quem levantava o juiz, pois era Deus quem reinava sobre o povo, tanto que, quando o povo de Israel pediu um rei, ato que pôs fim a este período, o próprio Deus disse ter sido Ele o rejeitado e não, Samuel (o último juiz) (I Sm.8:7). O juiz tornava-se notável, isto é, passível de ser notado como alguém que tinha o Espírito de Deus, por causa de sua vida exemplar, de seu testemunho (1Sm3.19,20).
II- É o tempo de vitória
Débora mostrou-se destemida e confiante em Deus.
O vocábulo “Débora” significa “abelha”. Débora tomou-se juíza em Israel, combinando essa sua autoridade com a de profetisa, e aconselhava o povo que vinha consultá-la (Jz 4.4,5).
Além de juíza e profetisa, ela era decidida, patriota (v.6), corajosa, animada e confiante em Deus (Jz 4.6,9,14).
Baraque.O vocábulo “Baraque” significa “relâmpago”. Débora enviou-lhe uma mensagem, informando-lhe que Deus o havia escolhido para liderar o exército com o qual seria vitorioso contra os cananeus, e forneceu inclusive a estratégia que deveria ser utilizada para tal batalha (vs. 4,6,7). Certamente, Deus a escolheu para juíza pelas seguintes razões: o propósito divino em sua vida, suas qualidades marcantes e a fim de mostrar que Ele não faz acepção de pessoas.
Além de incentivar Baraque para a guerra, concordou em acompanhá-lo até o lugar da peleja (Jz 4.8,9). Aqui vemos sua disposição, coragem e seu dinamismo. Somente os valorosos poderão ser vitoriosos nas lutas desta vida e depois, entrarem no Céu (Jz 7.3; Ap 21.8).
Havia grandes obstáculos a vencer; porém, ela via Deus mais forte que eles (Jz 4.6,7,9,14). Alguns há que só observam problemas e dificuldades; mas, os que confiam no Senhor, olham para o seu poder, e não para os obstáculos (Nm 14.8,9; Rm 8.31-39). Diante do incentivo de Débora, Baraque, cheio de fé, reuniu um exército de dez mil homens, das tribos de Naftali e Zebulom para a batalha (v. 6).
Sua presença na batalha como autoridade máxima foi marcante. Os dois exércitos estavam prontos para a guerra. De um lado, no monte Tabor, estava Baraque com os seus soldados. De outro, Sísera, o general de Jabim, com um batalhão de noventa carros de guerra (Jz 4.3). Diante do sinal de ataque, dado por Débora, os israelitas avançaram contra os cananeus, matando-os, exceto Sísera, que fugiu a pé e escondeu-se na tenda de Jael, mulher de Heber (Jz 4.14-17).
Com o seu coração cheio de gratidão a Deus, ela entoou o seu famoso cântico, como também outros o fizeram, depois de grandes vitórias, como: Moisés (Ex 15.1-9); Davi (2 Sm 22.1-51); Ana (l Sm 2.1-10); Maria, mãe de Jesus (Lc 1.46-55); Paulo (Rm 8.31-39), etc. Devemos ser gratos a Deus por todas as coisas (Sl 103.1,2; Cl 3.16; 1Ts 5.18).
Em seu cântico, Débora demonstra sua gratidão a Deus em tudo.Conforme Juízes5.1-31, ela fez menção do nome do Senhor por doze vezes (vs. 2,3,4,5,9,11,13,23,31). Devemos ser gratos a Deus em todas as coisas (Pv 3.6).
As tribos que se mostraram indiferentes, e não participaram da batalha, foram censuradas (Jz 5.15-17). Uma menção honrosa foi feita a Baraque e Jael (Jz 5.12,24). Somente os vencedores são elogiados (Mt 25.2f-23) e desfrutam das bênçãos celestiais (Ap 2.7,11,17,26; 3.5,12,21).
Os inimigos já contavam com a vitória. Sempre tem sido assim, mas a benção é dos que confiam no Senhor.
Conclusão
Precisamos estar alertas, pois como nos adverte a Palavra de Deus em Efésios 6.10-12:
“nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”.
E se, por um lado somos advertidos sobre a existência do mal, também na Palavra de Deus encontramos conforto e coragem para vencer o inimigo, conforme expresso em Jeremias 3.33:
“Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes”.
Essas, portanto, são razões suficientes para despertarmos, para servir ao Senhor com alegria e disposição. Precisamos como Débora nos colocar na brecha contra o inimigo, para que Deus venha socorrer e dar o livramento necessário contra as investidas de satanás . Saiba, que Deus busca servos que se coloquem na brecha a favor de seus filhos.
Tenha certeza, Ele que é nosso Pai e é fiel, nos concederá vitórias contra as insistentes investidas de satanás.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Prof. Jair César S. Oliveira
Fonte: PortalEBD
0 comentários:
Postar um comentário