Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco Superintendência das Escolas
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2º TRIMESTRE DE 2016
(Rm 5.1-12)
INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos que o ato da justificação concedida por Deus ao homem por meio de Cristo Jesus, trás consigo muitos benefícios, tais como:
paz com Deus, acesso a graça, esperança, reconciliação e glorificação. Veremos ainda que por causa de um homem, Adão, todos se fizeram pecadores; todavia,
por causa também de um homem, Cristo Jesus,
todos poderão ser salvos. Por fim, pontuaremos que a
motivação que impulsionou Deus a declarar justo o pecador foi o seu grande e incomparável amor revelado na
Pessoa de Seu Bendito Filho.
I – O QUE SIGNIFICA A PALAVRA BENEFÍCIO
Segundo o Aurélio
(2004, p. 285) a palavra
“benefício” significa: “serviço ou bem que se faz gratuitamente;
favor; mercê, graça”. A Bíblia nos mostra que
Deus graciosamente dispensa benefícios aos seres humanos, no sentido de prover
os meios de subsistência a todos, sem distinção (Mt 5.45; At 17.25). Todavia, dispensa também de forma especial,
favores espirituais e eternos, exigindo-lhes fé em seu Bendito Filho
Jesus Cristo (Jo 3.16 Rm 5.20).
II
– QUAIS OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
Depois de falar
sobre a necessidade da justificação (Rm 1.18; 3.20)
e do meio pelo qual fomos justificados (Rm 3.21; 4.25), o apóstolo Paulo
descreve os frutos da justificação (Rm 5.1-12), como veremos
a seguir:
Paz com Deus (Rm 5.1). O termo grego para paz é “eirene” que nos dá a ideia de “harmonia”, “acordo”, “descanso”
e “quietude”. A paz com Deus só é possível mediante
a justificação pela fé. Pois o pecador,
em seu estado de pecado, encontra-se em inimizade com Deus,
visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Os 4.1; Tg 4.4). “Ter paz
com Deus significa que não há mais hostilidade entre nós e Deus e que o
pecado não bloqueia o nosso relacionamento com
Ele. Mais do que isso, um novo relacionamento foi estabelecido e assim não mais tememos
o resultado do julgamento, mas vivemos sob a proteção estabelecida
por Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).
Acesso a graça (Rm 5.2). Além da paz, Paulo nos diz que em Cristo pela fé temos
“acesso a graça”. “No grego a expressão usada por Paulo é “ten prosagogen” que significa “nossa entrada”. A ideia é a entrada
na câmera de audiências de um monarca. É bom destacar
que não vamos até ali por nossos próprios esforços,
mas precisamos de um ‘introdutor’ - que é Cristo” (BEACON, 2006, p. 80 – acréscimo
nosso). Diversos textos da Bíblia, nos mostram que a nossa entrada a
presença de Deus encontrava-se bloqueada
por causa do pecado (Gn 3.22-24; Is 59.2; Rm 3.23). Todavia,
justificados por Jesus Cristo, as barreiras
foram tiradas, para que tivéssemos acesso a graça de Deus (Ef 2.13; I Pe 2.10). Portanto,
“ Jesus nos abre as portas à
presença do Rei dos reis; e quando essas portas se abrem o que achamos é graça; não condenação, nem juízo, nem vingança, mas a pura,
imerecida, incrível bondade de Deus” (BARCLAY, sd, p. 81 – acréscimo nosso).
Esperança da glória (Rm 5.2-b). No estado de pecado o homem vive sem paz, sem esperança e sem Deus no mundo (Ef
2.12). A Bíblia
diz que “a humanidade foi criada para a glória de Deus, mas por causa do pecado, “todos foram destituídos da glória de Deus” (Rm
3.23). É o propósito de Deus recriar a sua imagem e a sua glória de forma
completa em nós, de modo que possamos estar firmes; e nos gloriarmos na esperança da glória de Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).
Salvo da ira (Rm 5.9). A expressão
“ira” segundo Vine (2002, p. 723) que dizer: “raiva ardente”, “indignação” e “furor”. Na condição
de pecador o homem está sobre a ira de Deus, já no presente
(Jo 3.36; Rm 1.18), e irá experimentar desta ira plenamente no
futuro, quando todos os pecadores serão julgados e sentenciados a condenação
eterna (Rm 2.5,16; Ap 20.11-15). Mas,
quando justificado, este pecador remido é salvo desta ira presente e futura,
pois para ele já não há mais
condenação, visto que este creu que Cristo assumiu
a sua culpa quando morreu na
cruz (Jo 5.24; I Ts 1.10; Ap 3.10).
Reconciliação (Rm 5.10,11). No grego a expressão reconciliar “katallage” significa: “restauração
à benevolência divina, conciliação” (PALAVRA-
CHAVE, 2009, p. 2257). Segundo Champlin (2004, p. 574), a reconciliação
“consiste da mudança da relação de
hostilidade que existiu entre dois indivíduos, passando eles a serem amigos
entre si. Essa relação de hostilidade
é alterada para a relação de paz”.
Por causa do pecado, o homem quebrou
a sua comunhão com Deus (Gn 3.23- 24; Rm 3.23). Porém,
apesar de o primeiro Adão ter criado
o abismo, o segundo Adão, Cristo, construiu a ponte, nos reconciliando com Deus (II Co
5.18,19; Cl 1.20,21).
Glorificação (Rm 5.10-a). Paulo ainda diz que uma das
bençãos subsequentes a justificação é a glorificação. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida
por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. A
glória de Cristo
será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja (I Co 15.53,54; Cl 3.4; I Jo 3.2).
III
– AS DIFERENÇAS ENTRE ADÃO E CRISTO
“O contraste entre Adão e Jesus Cristo é que um único
ato de Adão determinou a natureza do mundo; um único ato de Cristo determinou a
natureza da eternidade. Em terminologia moderna, podemos dizer que Adão foi um protótipo imperfeito, mas Cristo é o original
perfeito. Assim como Adão era um representante da humanidade original. Cristo é o representante da nova humanidade espiritual” (APLICAÇÃO PESSOAL,
2010, p. 42). Na tabela
abaixo veremos qual o
estado ou condição do homem que está em Adão e do que está em Cristo:
ADÃO
|
CRISTO
|
Seu nome significa: homem
ou humanidade
|
Seu nome significa: Deus salva
|
Pecou contra Deus (Gn 3.6;
Os 6.7; Rm 5.12-a)
|
Obedeceu a Deus (Mt 5.17; Fp 2.8; Hb 5.8)
|
Nos fez pecadores (Rm 5.19-a)
|
Nos faz justos (Rm 5.19-b)
|
Prejudicou toda a humanidade (Rm 5.12)
|
Beneficiou toda a
humanidade (Rm 5.12-b; 17-b)
|
Fomos afastados de Deus (Gn
3.24; Rm 3.23)
|
Fomos reconciliados com
Deus (Rm 5.10-11; II Co 5.18)
|
Nele morremos (Rm
5.12,15-a; 17-a; 6.23-a)
|
Nele vivemos (Rm 5.17-b; 6.23-b)
|
Trouxe
a condenação (Rm 5.16-a; 18-a)
|
Trouxe a salvação (Rm
5.16-b; 18-b)
|
IV
– A GRANDEZA DO AMOR DE DEUS
Após falar da justificação como um ato divino de declarar inocente
o culpado, o apóstolo Paulo nos fala sobre o incomparável amor divino, pois este foi a
motivação que impulsionou Deus a graciosamente nos conceder graciosamente a salvação. “O amor pode ser definido
como o “sentimento que constrange a buscar, desinteressadamente e sacrificialmente, o bem de outrem.
O amor é o mais alto e sublime atributo
comunicável de Deus. João diz que Deus é amor (I Jo 4.8).
Somente o amor seria capaz de predispor
a Deus a buscar o bem de uma humanidade corrompida, e que só se ocupava em quebrantar-lhe as leis” (ANDRADE, 2006, p. 42 – acréscimo nosso).
Vejamos o que nos diz Paulo
sobre isso:
O amor de Deus foi aplicado (Rm 5.5). O apóstolo Paulo nos ensina que a razão da confiança por
parte dos que tem fé é que o amor de
Deus esta derramado em nosso coração. Quando a pessoa confia em Cristo e o
recebe, ela recebe o Espirito Santo (Rm 8.9), que constantemente a encoraja a manter sua esperança em Deus. “A presença do Espirito Santo em nossa vida nos torna cientes
do amor de Deus, e esse amor nos dá esperança inabalável no porvir. Logo,
o cristão nunca deve
desistir diante do sofrimento, pois Deus certamente cumprira suas promessas”
(TOKUMBOH, 2010, p. 1394)
O
amor de Deus foi imerecido
(Rm 5.6,7). Paulo nos diz que Deus nos amou quando éramos “fracos” (Rm 5.6-a); “ímpios” (Rm 5.6-b); “pecadores”
(Rm 5.8-b); e, “inimigos de Deus” (Rm 5.10), ou seja, não merecíamos
tão grande e excelente amor. Paulo diz que é possível que alguém se encoraje a morrer por um justo, ou seja, por um homem íntegro e
honesto, um cidadão respeitável e bom, uma pessoa útil ou benevolente. Porém, Cristo morreu por nós, sendo nos ainda
pecadores. “Essa é uma demonstração clara do amor de Deus. Ele nos recebe do
jeito que estamos e, a partir daí, começa a
fazer algo novo e belo” (RADMACHER, 2010, p.
373).
O
amor de Deus foi provado
(Rm 5.7,8). Sem sombra
de dúvida, a maior revelação do amor Deus para com a
humanidade está na Pessoa de Cristo Jesus. Em João 3.16, o Senhor Jesus afirmou isso: “Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito[...]”. Confira
também: (Is 9.6; Mt 20.28;
Jo 15.13; Rm 8.32). Jesus veio ao mundo
para mostrar qual é e sempre foi a atitude
de Deus para com os homens. Ele veio para provar aos homens
incontestavelmente que Deus é amor. “A morte de Cristo é a mais alta manifestação do amor de Deus por nós. Embora fôssemos rebeldes e desprezíveis. Cristo morreu por nós para que assim pudéssemos chegar a Deus, ter paz com Ele e nos tornarmos herdeiros de suas promessas.
Cristo não morreu para que nos tornássemos pessoas amadas; Cristo morreu porque Deus já nos amava e queria nos
levar para junto de si” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 41).
CONCLUSÃO
Por causa do seu grande amor pela humanidade, Deus enviou Jesus Cristo ao mundo para que, por meio dele, o
pecador pudesse ser justificado. Essa justificação trás consigo grandes
benefícios espirituais, e sem dúvida, o maior deles é a possibilidade que o homem tem de reatar a sua comunhão com
Deus outrora perdida no Éden.
REFERÊNCIAS
·
ADEYEMO, Tokumboh. Comentário Bíblico Africano. CPAD.
·
APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. Vol. 02. CPAD.
·
BARCLAY,
William. Comentário do Novo Testamento. PDF.
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
CLAUDIONOR, Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
·
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 08. CPAD.
·
LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.
·
RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento.
CENTRAL GOSPEL.
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