Texto Bíblico: 1 Co 1.5,6,9-13 (NTLH).
Por estarem unidos com Cristo Jesus, vocês foram enriquecidos em tudo,
tanto no dom de anunciar o evangelho como no dom da sabedoria
espiritual.
A mensagem a respeito de Cristo está tão firme em vocês,
Deus é fiel e chamou vocês para que vivam em união com o seu Filho Jesus Cristo, o nosso Senhor.
Irmãos, peço, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês
estejam de acordo no que dizem e que não haja divisões entre vocês.
Sejam completamente unidos num só pensamento e numa só intenção.
Pois, meus irmãos, algumas pessoas da família de Cloé me contaram que há brigas entre vocês.
O que eu quero dizer é isto: cada um de vocês diz uma coisa diferente.
Um diz: “Eu sou de Paulo”; outro, “Eu sou de Apolo”; outro, “Eu sou de
Pedro”; e ainda outro, “Eu sou de Cristo”.
Por acaso Cristo foi dividido em várias partes? Será que Paulo morreu
crucificado em favor de vocês? Ou será que vocês foram batizados em nome
de Paulo?
A falta de comunhão entre os membros da igreja local causa divisão,
partidarismo e muitos são contaminados, grande é o prejuízo para o
avanço do reino de Deus.
Não nos deixemos levar por esse ardil... a união dos membros do Corpo
de Cristo é vital para a vitória da Igreja sobre o as forças do mal.
Introdução
Fala-se muito atualmente em união, porém convém-nos atentar ao que
dispõe a Bíblia sobre a verdadeira união. Devemos ter em mente aquilo
que Deus estabeleceu como a verdadeira unidade do corpo de Cristo.
I - A verdadeira Unidade
Queremos ressaltar que a unidade cristã é bíblica e, portanto, deve ser
buscada pelos membros do Corpo de Cristo (embora essa unidade não
decorra da mera vontade humana). Orando ao Pai, Jesus disse:
"Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam
um, assim como nós. ... E não rogo somente por estes, mas também por
aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam
um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste"(Jo 17.11, 20 e 21).
A unidade do Corpo de Cristo é o âmago da existência da Igreja. Por isso que o apóstolo Paulo declarou: "Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão" (1 Co 10.17).
A unidade do Corpo de Cristo permite a união dos desiguais:
"Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo,
quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido
de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
... E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois,
há muitos membros, mas um corpo"(1 Co 12.13-14 e 19-20).
Paulo assim escreve para demonstrar que cada membro do corpo é
diferente um do outro, mas forma uma unidade: uns são mãos, outros, pés,
outros olhos, assim por diante - não somos todos apenas um membro do
corpo, mas vários membros formando um só corpo:
"E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem
ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros
do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários; ( ...) Para que
não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado
uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se
regozijam com ele."(vs. 21-22; 25-26).
II - O caso de Corinto
Apesar de ser uma igreja que se via como espiritual (1 Co 3.1) e de ser
voltada para a busca de dons espirituais (1 Co 12.31; 14.1; 14.12), a
igreja de Corinto estava na iminência de dividir-se em pelo menos quatro
partes.
Paulo, ao escrever-lhes, menciona que tem conhecimento de quatro grupos
dentro da comunidade que ameaçavam a sua unidade: os de Paulo, os de
Pedro, os de Apolo e os de Cristo (1 Co 1.11-12). A igreja de Corinto,
com seu espírito faccioso e divisionista, a despeito de sua pretensa
espiritualidade, ficou na história como um alerta às igrejas cristãs de
todo o mundo, registrado na carta que Paulo lhes escreveu.
Para aprendermos a lição, devemos primeiramente entender a divisão que
estava por acontecer naquela igreja. E não é um desafio fácil determinar
com relativa certeza a natureza e identificação de cada um dos grupos
mencionados por Paulo em 1 Coríntios 1.12.
Para alguns estudiosos, os aderentes de Pedro, Paulo e Apolo haviam-se
agrupado em torno das suas doutrinas distintas, formando uma divisão
rígida dentro da igreja. Estes grupos se caracterizavam por manter as
ênfases doutrinárias características daqueles líderes. Geralmente se
ouve falar que os de Pedro mantinham um Cristianismo judaico rígido e
intolerante, até meio legalista; que os de Paulo eram mais abertos,
enfatizando a salvação pela fé sem as obras da lei, e que os de Apolo
seguiam a hermenêutica alegórica do eloqüente alexandrino.
O que se percebe é que havia a escolha pessoal de cada coríntio
de um líder favorito, de quem ele se vangloriava de ser discípulo (1 Co
1.12; 3.21). As contendas se davam porque cada um deles afirmava que
seu eleito era o melhor (3.21, 4.6). Percebemos ainda que existe uma
relação estreita entre o apego à filosofia grega e a formação dos
partidos em 1 Coríntios 1-4. Os slogans “eu sou de...” soam como culto à
personalidade, um erro no qual crentes neófitos e imaturos caem com
freqüência. No caso dos coríntios em particular, esse culto à
personalidade tinha recebido um impulso adicional da sua tendência, como
gregos, de exaltar os mestres religiosos ao status, homens possuindo
qualidades divinas. As principais escolas filosóficas da Grécia
costumavam invocar o nome de seus fundadores e principais mestres. Esse
costume poderia explicar a vanglória dos coríntios em seguir Paulo,
Pedro, Apolo e mesmo o Mestre de todos, Cristo.
Os slogans usados pelos coríntios (“eu sou de...”) ratificam esse
ponto. O problema tinha a ver com a tendência comum de alguns crentes de
venerar líderes cristãos reconhecidos. Com exceção de Cristo,
os nomes escolhidos pelos coríntios são de um apóstolo (Pedro e Paulo)
ou de alguém associado com eles (Apolo): Paulo era o fundador apostólico
da igreja (4.15); Apolo, por sua vez, embora não considerado no Novo
Testamento como um apóstolo, era um pregador eloqüente e tinha
desenvolvido um ministério frutífero entre os coríntios, depois da
partida de Paulo (3.6, cf. At 18.24-28, 19.1); E Pedro era o conhecido
líder dos apóstolos, e muitos possivelmente teriam sido atraídos a ele,
embora não seja certo que alguma vez ele haja visitado a igreja de
Corinto.
Os “de Cristo” são notoriamente difíceis de se identificar. Embora a
escolha do nome de Cristo tenha sido possivelmente uma reação ao
partidarismo em torno de nomes de homens, os seus aderentes nada mais
são que outro partido. Eles se vangloriavam de que seguiam a Cristo
somente, e não a homens, mesmo que estes fossem apóstolos. Paulo os
teria criticado pela forma facciosa com a qual afirmavam esta posição
aparentemente correta. É provável que os membros do partido “de Cristo”
eram os mesmos “espirituais”, um grupo na igreja que se considerava
“espiritual” (cf. 3.1; 12.1; 14.37). Para eles, o conceito de ser
“espiritual” estava relacionado com o uso dos dons espirituais,
principalmente de línguas e de profecia. Este grupo, por causa do acesso
direto que julgava ter a Deus, através dos dons, teria considerado
desnecessário o ministério de Paulo, tinham-no em pouca conta, e mesmo
queriam julgar a sua mensagem (1 Coríntios 4.3; 4.18-21; 8.1-2; 9.3).
Esse seria o grupo “de Cristo,” cujos membros (em sua própria avaliação)
não dependiam de homem algum, mas somente e diretamente do Senhor,
através dos dons. Paulo faz pouco caso das suas reivindicações, e
considera a igreja toda como sendo “de Cristo” (3.23; 2 Co 10.7).
É o próprio Paulo, entretanto, quem nos revela a causa interna
principal para as divisões entre os coríntios: eles ainda eram carnais
(1 Co 3.1-4; Gl 5.20). Esta carnalidade, embora deva ser interpretada
primariamente como imaturidade, em contraste aos “maduros” ou
“perfeitos” (1 Co 2.6), carrega uma conotação ética, como a expressão
“andar segundo os homens” (1 Co 3.3) indica.
III - A união de hoje
A situação triste da igreja de Corinto nos fornece um retrato do
espírito divisivo que ainda hoje permeia as igrejas evangélicas. É um
texto básico para ser pregado e ensinado nas igrejas e seminários.
Embora haja momentos em que uma divisão seja necessária (quando, por
exemplo, uma denominação abandona as Escrituras como regra de fé e
prática), percebemos que as causas do intenso divisionismo evangélico no
Brasil são intrinsecamente corintianas: imaturidade, carnalidade, culto
à personalidade, orgulho espiritual, mundanismo.
Nem sempre os líderes são culpados do culto à personalidade que crentes
imaturos lhes prestam. Paulo, Apolo e Pedro certamente teriam rejeitado
a formação de fã-clubes em torno de seus nomes. De qualquer forma, os
líderes evangélicos sempre deveriam procurar evitar dar qualquer ocasião
para que isto ocorra, como o próprio Paulo havia feito (1 Co 1.13-17).
Infelizmente, o conceito de ministério que prevalece em muitas igrejas
de hoje é exatamente aquele que Paulo combate em nosso texto em estudo.
Conclusão
É necessário reconhecermos que Jesus deseja a Unidade da Igreja, se
observarmos veremos, que na sociedade hoje, a ausência de valores é uma
constante
E se torna cada vez mais relevante, a mensagem de Jesus Cristo, pelo
seu poder de libertação e regeneração, importa-nos estimular e
prosseguir todos os esforços que conduzam à Unidade da Igreja – entre os
quais, designadamente, o dever de Orar sempre e nunca desfalecer.
E é bem significativo do valor da oração, hoje muitos que “anunciam” a
mensagem de Cristo a têm adulterado para sustentar interesses próprios.
Mas há um remanescente, ainda há os crentes fiéis, são perseguidos, mas
ainda respira, a evidenciar que o poder da oração vence todos os
obstáculos.
Afinal, orar é agir, e Deus através da oração, muda (quando necessário)
o curso da História. Através da oração podemos expandir a Obra de Deus
em todas as dimensões, é rasgar horizontes, e é provar a Palavra e a
Verdade.
Orar é sempre criar espaços dentro dos quais, o crente mantém comunhão
com Deus e com os demais membros do Corpo de Cristo, e através dessa
comunhão somos despertados para amar os que ainda não conhecem o amor de
Deus e a Salvação em Jesus Crsito.
Orar é ainda estabelecer com DEUS um compromisso, é estar NELE, é
trabalhar por Ele e para Ele. Nisso é desenvolvido em nós um coração
puro, vontade submissa à de Deus, mente iluminada pela Palavra de Deus,
consciência sã – e é aqui que entra todo o tema desta lição:
UNIÃO.
Mas para que isso aconteça, importa que nos conscientizemos, das nossas
responsabilidades, do nosso dever espiritual de agir. Unamo-nos, pois, e
seremos mais do que vencedores em Cristo Jesus.
Colaboração para o Portal Escola Dominical - Prof. Jair César S. Oliveira.
Fonte:PortalEBD
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