(Pv 6.16-19; 15.1,2,23; 16.21,24)
INTRODUÇÃO
Entre os muitos conselhos que encontramos no livro dos Provérbios,
achamos também sérias exortações de Salomão quanto ao cuidado que
devemos ter com aquilo que falamos. Nesta lição veremos o que a Bíblia
diz quanto ao uso da língua; destacaremos também alguns pecados
relacionados nas Escrituras cometidos pela fala; veremos ainda a
perspectiva do apóstolo Tiago quanto ao nosso procedimento com as
palavras; pontuaremos também alguns personagens que foram prejudicados
pelo mal uso da língua; e, por fim, citaremos algumas recomendações
quanto ao bom uso das palavras.
I – A BÍBLIA E O USO DA LÍNGUA
A língua é um órgão do corpo humano, cuja função principal está
relacionada a fala. É em face dessa atribuição que esse membro do corpo
aparece na Bíblia como uma poderosa força.
1.1 Antigo Testamento. Nas páginas do AT encontramos
sérias advertências quanto a pecados que podem ser cometidos através da
língua (Êx 20.16; Lv 19.11,16). No entanto, no livro de Provérbios estas
exortações são mais abundantes (Pv 6.16-19; 15.1,2,23; 16.21,24), pois a
essência desse livro é o ensino da Moral e dos princípios éticos que
nos orientam a governar as nossas vidas, até mesmo o nosso procedimento
quanto ao falar (Pv 12.19; 17.20; 18.21; 21.23).
1.2 Novo Testamento. Jesus ensinou que os homens terão
de prestar contas no Dia do juízo de sua vida na terra, incluindo toda
palavra ociosa (Mt 12.36). Paulo refere-se a língua como um instrumento
de engano, que é uma das grandes características de um ser humano não
convertido, que não anda em Espírito mas na carne (Rm 3.13,14). O
apóstolo Tiago em sua epístola trata de forma severa esse tema (Tg
3.1-12), bem como Pedro e João (I Pe 3.10; I Jo 3.18).
II – PECADOS RELACIONADOS NA BÍBLIA QUANTO AO MAU USO DA LÍNGUA
Em toda a Escritura encontramos a reprovação de Deus quanto ao mal uso
da língua. Vejamos algumas destas obras da carne que o servo de Deus não
deve cometer:
PECADOS
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DEFINIÇÃO
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REPROVAÇÃO BÍBLICA
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MENTIRA
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“Ato de mentir; engano, impostura, fraude, falsidade”.
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Lv 19.11; Sl 5.6; Sl 101.7; Pv 6.16-19; 19.5,9; Jo 8.44; Ef 4.25; Ap 21.27; 22.15
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MURMURAÇÃO
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“Queixar-se em voz baixa; falar mal de alguém ou de alguma coisa”
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Êx 15.23-25; 16.7,12; Nm 14.1-3; Sl 106.24-27; I Co 10.9-12; I Pe 4.9
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BLASFÊMIA
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“Palavras que ultrajam a divindade ou a religião”.
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Lv 24.16; Is 1.4; Mc 3.28; Ez 20.27; II Pe 2.9,10; Ap 16.9,11, 21
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MALEDICÊNCIA
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“Detratação, difamação, murmuração”
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Sl 62.4; Sl 139.20; Pv 24.2; I Co 5.11; 6.10; Cl 3.8; Tg 4.11
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PALAVRA TORPE
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“Desonesto, impúdico, infame, vil, repugnante, nojento, asqueroso”
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Ef 4.29; Cl 3.8
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CHOCARRICE
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“Gracejo atrevido”
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Ef 5.4
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MEXERICO
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“Enredo, intriga, bisbilhotice”
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Lv 19.16; Pv 11.13; Pv 18.8;
II Co 12.20; I Tm 5.13
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CALÚNIA
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“Difamação por meio de acusações
conscientemente falsas”
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Êx 20.16; Dt 5.20; Pv 25.18;
II Tm 3.1-3; Tt 2.3
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HERESIA
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“Doutrina oposta aos ensinamentos divinos e que tende a promover facções”
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Rm 16.17; Gl 5.20; II Pe 2.1; I Tm 4.1
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III – A PERSPECTIVA DE TIAGO A RESPEITO DO USO DA LÍNGUA
A epístola de Tiago, irmão do Senhor, apresenta a sua mensagem seguindo
o modelo do Senhor Jesus, recheada de ilustrações. Suas exortações e
repreensões se tornam mais claras, a partir da linguagem que faz das
comparações. Eis abaixo algumas figuras de linguagem que o apóstolo faz
em (Tg 3.1-12) para falar da língua:
COMPARAÇÃO
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INTERPRETAÇÃO
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LEME
“um bem pequeno leme” (Tg 3.4)
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Um pequeno leme de um grande navio ajuda a dirigir o curso da
navegação. A língua é apenas um pequeno membro, mas muitas vezes se
orgulha do que pode fazer. A língua tanto dirige o navio (nosso corpo)
no curso certo, como pode levá-lo ao desastre (Tg 3.4).
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FOGO
“A língua também é um fogo...”
(Tg 3.6)
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Uma pequena faísca pode incendiar uma floresta inteira, o que
resulta num grande estrago. Era justamente isso que Tiago tinha em mente
quando comparou a língua com um fogo “vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia” (Tg 3.5).
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MANANCIAL
“...alguma fonte...” (Tg 3.9-12)
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O mesmo manancial não pode jorrar água doce e amarga. Terá de ser
um ou outro tipo. Assim é com a língua. Dela vem o mal ou o bem, veneno
ou bálsamo curador, maldição ou benção, frutas bravas ou figos, água
salobra ou potável (Tg 3.10-12).
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O apóstolo Tiago ensina-nos de forma ilustrada que, para que o falar do
cristão não seja prejudicial, precisa ser controlado. Pois, pelos
freios, os cavalos selvagens podem ser domados (Tg 3.3). Esse freio é
domínio próprio uma das virtudes que compõe o fruto do Espírito - o
fruto da disciplina (Gl 5.22). Logo, se o mais desenfreado membro do
corpo, a língua, estiver em sujeição a Cristo, então todo o corpo será
controlado. Peçamos ao Espírito Santo que ponha guarda na porta dos
nossos lábios (Sl 39.1; 141.3).
IV - PERSONAGENS BÍBLICOS QUE SE PREJUDICARAM POR CAUSA DO MAU USO DA LÍNGUA
A Bíblia nos mostra o que aconteceu com alguns homens e mulheres de Deus por não frearem a sua língua:
Abraão mentiu dizendo que Sara não era sua esposa e quase causou um desastre (Gn 12.10-20).
Rebeca com sua astúcia orientou Jacó a mentir para seu pai Isaque, trazendo conflito familiar (Gn 27.6-46)
Ananias e Safira astuciosamente mentiram a cerca do valor da herdade que haviam vendido e foram mortos pelo Senhor por isso (At 5.1-11).
Paulo exorta aos crentes de Corinto dizendo que um dos
pecados que impediram alguns hebreus de entrarem em Canaã foi a
murmuração (I Co 10.10).
V – RECOMENDAÇÕES DE PROVÉRBIOS QUANTO AO BOM USO DAS PALAVRAS
O livro de Provérbios também nos mostra que podemos usar as palavras
com finalidades benéficas. O sábio Salomão nos diz que o nosso falar
deve ser com:
MODERAÇÃO: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto” (Pv 27.5).
RESPONSABILIDADE: “O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más” (Pv 15.28).
TEMPERANÇA: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).
JUSTIÇA: “O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo!” (Pv 15.23).
VERDADE: “O lábio da verdade permanece para sempre, mas a língua da falsidade, dura por um só momento” (Pv 12.19).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a nossa língua pode ser um instrumento de Deus para
abençoar muitas pessoas, ou do diabo para destruição delas. Para que ela
seja usada de forma temperante devemos nos submeter ao domínio do
Espírito Santo. Por causa dessa tendência da natureza humana de pecar
com a língua, a Bíblia exorta a “todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1.19).
REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. VIDA
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. CPAD
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM RECIFE/PE
Fonte: http://rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 28 out. 2013.
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