AGEU – O COMPROMISSO DO POVO DA ALIANÇA
Texto Áureo: Mt. 6.33 – Leitura Bíblica: Ag. 1.1-9
INTRODUÇÃO
A ênfase nos interesses pessoais
contribuiu significativamente para que as pessoas se esqueçam de Deus. O
povo da aliança, depois de retornar do cativeiro, também se esqueceu do
seu compromisso com o Senhor. Na aula de hoje, a partir do profeta
Ageu, estudaremos a respeito dessa falta descompromisso. Destacaremos, a
princípio, os aspectos contextuais do livro, em seguida, sua mensagem, e
por fim, sua aplicação para os dias atuais.
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS
Ageu, cujo nome significa “festivo”,
profetizou por um período de quatro meses, no ano 520 a. C., após o
retorno de Judá do cativeiro babilônico. O templo de Jerusalém havia
sido destruído em 586 a. C., mas Ciro permitiu que os judeus o
reedificassem em 538 a. C. O problema principal foi a falta de
continuidade do trabalho, que havia sido iniciado há 18 anos. Os
profetas Ageu e Zacarias tiveram papel preponderante a fim de despertar o
povo da aliança para o engajamento naquela obra. O versículo-chave se
encontra em Ag. 1.4: “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas
estucadas, e esta casa há de ficar deserta”. Isso porque o povo, ao
invés de se voltar para a obra de Deus, se preocupava apenas com o
bem-estar pessoal. Ageu foi o primeiro dos profetas pós-exílicos, os
demais foram Zacarias e Malaquias. Naquela época, Zorobabel, o
governador de Judá, e Josué, o sumo sacerdote, estavam na liderança,
tentando reconstruir o Templo. O altar já havia sido restaurado, mas o
trabalho do Templo não prosseguia. As razões para a falta de
continuidade do trabalho eram diversas, dentre elas a oposição dos
inimigos, mas a principal delas era a hostilidade. A mensagem de Ageu
encontrou guarida nos corações do povo da Aliança, que se arrependeu e
voltou-se para a reconstrução do Templo. Menor que o anterior, mas esse
Templo acabou sendo fundamental para a restauração do culto ao Senhor. O
livro de Ageu apresenta a seguinte divisão: 1) a ordem para a
reconstrução do Templo (Ag. 1); 2) a glória do Templo reconstruído; (Ag.
2.1-9); 3) as bênçãos da obediência (Ag. 2.10-19); e 4) a promessa de
benção de Deus (Ag. 2.10-2.23).
2. A MENSAGEM DE AGEU
A mensagem de Ageu é uma denúncia
contra o egoísmo humano. O povo da Aliança retornou do cativeiro,
preocupando-se apenas com a edificação das suas casas (Ag. 1.2-4). Por
causa disso, o povo passou a enfrentar dificuldades financeiras,
adquiria muitas coisas, mas não encontrava satisfação (Ag. 1.5,6). Isso
porque de nada adianta juntar dinheiro e não colocá-lo debaixo do
governo de Deus. É a mesma coisa que juntá-lo em um “saquitel furado”,
muito trabalho, mas pouco proveito, e, às vezes, dívidas. Mas o povo de
Judá se arrependeu e deu ouvidos à mensagem do profeta Ageu e durante
três semanas, a comunidade inteira trabalhou de forma incansável a fim
de completar a reconstrução do Templo (Ag. 1.12-15). A dedicação à obra
de Deus não é apenas uma ordenança, mas uma necessidade, o ser humano
foi criado para servi-LO. Ageu entregou três mensagens de encorajamento
para o povo da Aliança. A primeira dizia respeito a uma promessa de que
templo recém-construído, ainda que fosse menor, em comparação com o de
Salomão, sua glória seria maior (Ag. 2.1-9). Não é o tamanho do espaço,
muito menos a estética, que determina a presença de Deus, mas a
disposição espiritual. Esse “segundo Templo”, ainda que tivesse sido
reformado por Herodes, teve maior glória, pois Cristo, o Senhor, nele
ministrou. A segunda mensagem de Ageu é uma parábola viva. O profeta faz
algumas indagações a respeito da lei. Ele pretendia mostrar que a
presença de um lugar sagrado não garante a santidade do povo (Ag.
2.10-19). A última mensagem é destinada a Zorobabel, representante da
linhagem de Davi, que exercerá autoridade sobre a terra, quando Cristo
voltar para reinar.
3. PARA HOJE
Nesses dias tão difíceis para a igreja
evangélica precisamos ouvir mais mensagem de restauração. A teologia da
ganância está formando uma geração de “crentes” que somente pensa neles
mesmo. Estão pouco interessados na obra de Deus, a prioridade é a compra
da mansão ou do carro importado. Nada há de errado em buscar satisfazer
as necessidades familiares com equilíbrio e modéstia. Não é pecado
adquirir uma casa ou um veículo, de acordo com os rendimentos da
família. Mas é preciso ter cuidado para não ostentar, os bens materiais
não podem ter como objetivo a glorificação pessoal. Por causa do
consumismo que adentrou as igrejas, muitos evangélicos estão deixando de
viver em paz por causa das dívidas, contraídas a fim de satisfazer o
status exigido pela sociedade. A obra de Deus também sofre, pois os
projetos eclesiásticos são relegados a segundo plano. É verdade que não
dependemos de um templo para adorar a Deus (Jo. 4.21-24), mas isso não
exime sua relevância enquanto espaço de encontro para ministração da
palavra, oração e adoração (At. 2.44-47). Muitas igrejas locais estão
tomadas pelo marasmo, o egoísmo está solapando a comunhão e a unidade.
Alguns crentes estão francos, outros se tornaram “desigrejados”. A
fraqueza desses não deve ser motivo para perder o ânimo, antes devemos
ser fortes no Senhor (Ef. 6.10).
CONCLUSÃO
O compromisso da igreja é com o Reino
de Deus, que já está no meio de nós, na expectativa por Sua completude
(Lc. 17.20,21; 19.11-27). Muitos evangélicos estão interessados apenas
no reino deste mundo, não têm interesse de investir no Reino dos Ceús
(Mt. 13.44). Essa é uma questão de prioridade, pois Jesus nos ensinou a
buscar primeiro de Deus e a Sua justiça, e que as outras coisas
(alimento e vestimenta), não “as demais”, seriam acrescentadas (Mt.
6.33).
Autor: Prof. José Roberto A. Barbosa
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
Twitter: @subsidioEBD
BIBLIOGRAFIA
BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e Malaquias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.
BOICE, J. M. The minor prophets. Grand Rapids: Bakerbooks, 2006.
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