Por Marcos Botelho
Vivemos em uma época de
decisões radicais. A todo momento o dinheiro, o status social, o alto
cargo no trabalho ou até mesmo os estudos cobram dos jovens que abram
mão de seus princípios e valores cristãos em prol de uma vida de
sucesso.
Ainda na adolescência vemos as melhores faculdades e seus vestibulares
escravizando milhares deles, os quais, no anseio de um futuro melhor e
com mais conforto, se esquecem de viver uma vida equilibrada espiritual e
socialmente para conquistar os seus objetivos.
Quando estão na faculdade, boa parte dos jovens pula para o outro lado.
Querem curtir a vida ao máximo e acabam perdendo a direção. Sem contar
que não conseguem entregar os trabalhos e deveres e, muitas vezes, usam
de vícios corrompidos do sistema universitário para alcançar o sonhado
diploma.
E quando o diploma vem isso não passa. Começa a etapa de conseguir um
emprego, de traçar uma carreira e de adquirir estabilidade financeira.
Essa pressão que força o jovem a fazer um pouco mais, se quiser ser
feliz, aumente e reclama sempre mais dele, de uma forma que não acabam
nunca as exigências.
O mais triste é vê-los negociando os seus princípios com o seguinte
discurso: "Vou fazer isso só por um tempo, para conquistar tal coisa,
mas quando eu conseguir o que desejo, voltarei a viver o que aprendi
como cristão".
Como se pudéssemos manipular nossos valores!
Isso me faz lembrar de um pai que estava tentando ensinar seu filho de 4
anos a nadar. Além do pai, no que mais aquela criança confiava era na
borda da piscina. Mesmo sendo uma criança, sabia que enquanto segurava a
borda estava segura de se afogar. Ao ver o pai no meio da piscina
chamando-a, depois de um bom tempo, o menino decidiu se arriscar e
"nadar" em direção a ele. Foram três braçadas sem sair do lugar até o
pai agarrar o menino, que bebeu bastante água. O choro foi inevitável e
naquele dia ele não largou mais a borda da piscina.
Qual o limite da borda? Será que existe um limite?
Ouvi a muito tempo uma ilustração sobre o inferno que nunca mais saiu da
minha cabeça. O pregador falava que o inferno era uma piscina sem
fundo, na qual a gente nadava em direção a borda para tentar descansar e
parar de se afogar. Porém, cada vez que alguém se aproxima da borda,
esta ia se afastando da pessoa e isso se repetia de forma angustiante e
sem fim, em um desespero eterno.
Assim é quando acreditamos que
podemos abrir mão de nossos princípios e valores cristãos. É um caminho
pequeno de ida e gigantesco de volta. Simplesmente porque a borda não
para de se distanciar.
É nítido ver esse distanciar do caminho de volta no discurso do jovem
quando ele diz: "Só mais esse mês", E depois "Só mais esse ano". E assim
se passa uma vida. Negociar os princípios do evangelho é largar uma
borda que se distanciará cada vez mais de você.
Oro para que a mensagem de Jesus Cristo faça parte de quem você é e de
quem eu sou. Que seja algo indissociável, que nunca entra em discussão.
Se assim for, as oportunidades que estão fora desses valores não serão
encaradas como oportunidades, e sim como tentações.
Revista Ultimato. Julho-Agosto, 2012. Altos Papos, p 58.
Fonte: Geração Mais[+]
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