sexta-feira, 6 de setembro de 2013

LIÇÃO 10 – A ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO

(Fp 4.1-7)
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição a definição da palavra alegria e qual sua aplicação para vida dos salvos. Analisaremos também, quais as admoestações enviadas pelo apóstolo Paulo para os crentes de Filipos quanto a sua postura frente as adversidades da vida cristã. E por fim, estudaremos quais aplicações podemos extrair para nossa vida com Cristo.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA ALEGRIA
De acordo com o dicionário exegético Vine (2002, p. 385) a palavra equivalente para alegria no grego é “chará” que significa: “gozo, deleite, prazer, alegria” (Mc 4.16; At 12.14; Fp 2.29). Também no texto grego aparece a palavra “agalliasis” indica uma alegria mais exultante e diz respeito a: “exultação, alegria exuberante” (Lc 1.14,44; At 2.6; Hb 1.9; Jd 24). Existe ainda a expressão grega “euphrainôque fala sobre: “alegrar, ficar contente, estar feliz, regozijar-se, tornar-se alegre” (Lc 12.19; 15.23,24,29,32).
II – ADMOESTAÇÕES AOS FILIPENSES
Pode-se observar que todas as epístolas paulinas terminam com uma seção de conselhos práticos, ou seja, uma mistura de saudações com noticias pessoais e agradecimentos. Portanto, Paulo lhes mostra aqui no capítulo 4, quais são seus sentimentos, mas ao mesmo tempo, procura fazer algumas admoestações finais aos filipenses (CHAMPLIN, 2002, p.59).
Vejamos:

2.1 “Portanto, meus amados […]” (Fp 4.1-a). O presente versículo é ao mesmo tempo a conclusão do capitulo três como uma introdução do seguinte. Neste verso o apóstolo usa o termo “agapetoi” que significa: amados. Paulo queria que aquela igreja soubesse que a despeito de ter ele advertido-a por causa de muitos” que procuravam perverter o evangelho (Fp 3.18) o seu amor em nada havia diminuído.
2.2 “[…] e mui queridos irmãos [...]” (Fp 4.1-a). Paulo revela o seu profundo amor pelos cristãos filipenses. O termo grego para queridos se refere a uma profunda dor por estar separado das pessoas amadas. Nos originais o termo “epipothetos” quer dizer: desejado, querido, ansiado. Essa palavra usada aqui indica a profunda emoção e sentimento que o apóstolo tinha por aquela igreja.
2.3 “[…] minha alegria e coroa [...]” (Fp 4.1-b). O termo para coroa no grego “stephanos” refere-se a alegria como também à coroa de louros recebida pelo atleta que vencia uma competição (1Co 9.25), era também usada com referência à grinalda do grego “diadema” colocada sobre a cabeça dos reis e imperadores como também dos convidados em um banquete e significava triunfo como símbolo de uma vitória. Os crentes de Filipos eram sua “coroa”, ou seja, a prova de que os esforços de Paulo havia sido bem-sucedidos (1Co 9.2-3).
2.4 “[…] estai assim firmes no Senhor” (Fp 4.1-c). Esta palavra grega para “estar firme” era usada com frequência para descrever um soldado em pé em seu posto. O apóstolo ensinara com estas palavras, que os crentes daquela congregação deveriam permanecer “firmes no Senhor” (Sl 125.1), preservando a própria fé e defendendo a doutrina pura. Deveriam mostrar-se inabaláveis, a fim, de resistirem aos ataques do mal. Deveriam fincar os pés, como bons soldados de Cristo (Ef 6.10,11).
III – ADMOESTAÇÕES CONTRA POSSÍVEIS CONFLITOS
Paulo não tinha nesta carta como já vimos em lição anterior, o objetivo primário de prevenir a igreja de Filipos contra erros doutrinários, mas de agradecer pala ajuda recebida e também tratar de alguns problemas de relacionamento entre alguns membros (MACARTHUR, 2010, p. 1622). A advertência de Paulo nestes dois versos marca uma ocorrência incomum em suas cartas. Vejamos:
3.1 “Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor” (Fp 4.2). O termo grego para palavra “rogo” do grego “parakaleo” denota um sério apelo e significa: “exortar, pedir, insistir”. Essas duas mulheres eram proeminentes membros daquela igreja, as quais, possivelmente, estavam reunidas para orar quando Paulo pregou o evangelho pela primeira vez em Filipos (At 16.13,14). Aparentemente elas estavam enfrentado um conflito de ordem pessoal e o apóstolo tenta resolver este problema quando diz: sintam o mesmo no Senhor”, ou seja, aquelas mulheres deveriam estar em perfeita harmonia (Fp 2.2), pois muitas vezes é possível crer em Jesus, trabalhar pelo seu Reino, ser útil na obra do Senhor e ainda assim, ter algum desentendimento com companheiros que estão envolvidos na mesma causa (At 15.2; At 15.7; At 15.39). Mas não existe desculpas para continuar sem a RECONCILIAÇÃO (2Tm 4.11).
3.2 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro” […] (Fp 4.3-a). Na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada) aparece a expressão “fiel companheiro de jugo[...]”. A palavra grega para “jugo” retrata dois bois em uma canga, puxando a mesma carga dando a ideia de unidade e união. Este “fiel companheiro de jugo” de Paulo que a Bíblia não menciona seu nome, provavelmente, era um dos presbíteros daquela igreja que compartilhava da mesma tarefa (Fp 1.1). Alguns intérpretes ainda chegam a sugerir que este nobre obreiro poderia ser Timóteo, Silas, Lucas ou o marido ou irmão de uma destas mulheres e outros conjecturam que seja Epafrodito que se encontrava em posição de resolver esta discórdia. O certo é que, não existe evidência suficiente para indicar a probabilidade de qualquer uma destas opções (ARRINGTON;
STRONSTAD, 2004, p.1309).
3.3 “[…] que ajudes estas mulheres que trabalham comigo no evangelho” […] (Fp 4.3-b). A expressão “trabalham comigo” vem do termo grego “sunergos” que fala de “cooperadores” ou “nosso cooperador”, ou seja, trabalhadores pertencentes ao serviço de Deus. Não há nenhuma indicação como acham alguns teólogos da possível citação paulina de um ministério feminino, mas sim, da referência de duas mulheres que foram ajudadoras de Paulo na igreja de Filipos.
3.4 “[…] e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida” (Fp 4.3-c). Sobre este ilustre obreiro que o apóstolo o chama de “Clemente” nada se sabe a seu respeito a não ser seu próprio nome mencionado neste versículo. Certamente, este cooperador de Paulo, foi um dos primeiros ajudadores do apóstolo na fundação desta igreja.
Já em relação da expressão: “cujos nomes estão no livro da vida”, fica evidente que Paulo estava se referindo ao costume onde as cidades antigas mantinham o registro dos nomes de seus cidadãos (Êx 32.32; Is 4.3; Ez 13.9; Dn 12.1), e este fato foi usado metaforicamente para uma aplicação espiritual, indicando que, na “nossa cidade celestial” (Fp 3.20), esses registros também serão conservados de forma infinitamente mais importante no céu (Sl 139.16; Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.19).
IV - A VERDADEIRA ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO
A alegria é um dos aspectos do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Por conseguinte, trata-se de uma qualidade espiritual. Portanto, temos aqui um chamamento não apenas para regozijo, mas também para um desenvolvimento espiritual superior, o que nos confere confiança, alegria, e o senso de bem-estar, a despeito de nossas circunstâncias externas (CHAMPLIN, 2002, p.61). A partir do verso 4, Paulo deixa de falar de uma situação específica e pessoal, passando a uma série de abordagens de interesse coletivo da igreja como um todo. Vejamos:
4.1 “Regozijai-vos, sempre, no Senhor [...]” (Fp 4.4-a). Os crentes filipenses, que naquela época já haviam enfrentado grandes perseguições, e que já eram testemunhas dos sofrimentos do apóstolo Paulo (At 16.9-24) precisavam de raízes espirituais profundas para poderem enfrentar a tudo, inabaláveis, com confiança e alegria (CHAMPLIN, 2002, p.61). Parece estranho que um homem encarcerado pudesse estar pedindo a uma igreja que se regozijasse. Paulo estava cheio de alegria por saber que, a despeito daquilo que lhe viesse acontecer, Jesus Cristo estava ao seu lado.
4.2 “[…] outra vez digo: regozijai-vos” (Fp. 4.4-b). O apóstolo mais uma vez encoraja aos filipenses a: “outra vez digo:
regozijai-vos”. Além de contínua, esta alegria deve ser independente das circunstâncias que lhes causava medo. Não é uma alegria que aparece quando as situações são vantajosas, mas deve ser manisfesta em todas as ocasiões “regozijai-vos, SEMPRE […] OUTRA VEZ digo: regozijai-vos”. Esta foi a própria reação de Paulo quando encontrou oposição ao evangelho em sua chegada a Filipos, quando ele e Silas foram injustamente e ilegalmente açoitados e presos pelos magistrados daquela cidade (At 16.22-25), pois para Paulo a alegria era uma das principais características do Reino de Deus (Rm 14.17).
4.3 “Não estejais inquietos por coisa alguma […]” (Fp 4.6-a). Os filipenses deveriam se regozijar em suas próprias preocupações e não “estarem inquietos por coisa alguma”, como nas situações que afligiram a Paulo e a Epafrodito (Fp 2.25-28). Pelo fato do Senhor estar próximo, os filipenses não deveriam estar “inquietos”. Fica evidente, ao longo desta carta, que estes irmãos estavam passando por um momento de ansiedade, e por isso, estes crentes deveriam deixar de se preocupar.
4.4 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7). A consequência de viver livre da ansiedade é encontrada no verso 7: “a paz de Deus”. Este é o único uso da expressão no NT. Vários comentaristas interpretam esta paz como a grande paz experimentada na presença de Deus, a qual significa inteireza, saúde, e completo bem estar que só o Senhor pode dar (Ef 2.14; 2Ts 3.16).
CONCLUSÃO
Chegamos a conclusão que, na vida cristã, poderemos enfrentar muitas provações ao realizarmos a obra do Senhor.
Porém, devemos entender, que momentos de aflições poderão nos alcançar, todavia, somos mais do que vencedores em Cristo Jesus nosso Senhor!
REFERÊNCIAS
· Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
· CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. vol. 5. HAGNOS.
· MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.
· VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM RECIFE/PE

Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/  Acesso em 05 set. 2013.

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