Texto em estudo Lc 15.11-13,15-19
E disse: Um certo homem tinha dois filhos.
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para
uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo
dissolutamente.
E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores.
Segundo deuteronômio 21.17 cabia ao filho mais moço um terço da herança
do pai, o que era comum os herdeiros receberem a sua parte por ocasião
da morte do pai.
Porem o moço da parábola iniciou o processo com o pai ainda vivo, o que
significou um atitude arrogante de falta de consideração pela
autoridade de seu pai como o chefe da família.
Por fim o resultado da sua escolha foi terrível. De acordo com a lei,
os porcos eram animais imundos, eles não podiam ser comidos e nem
oferecidos em sacrifício, para não se contaminarem os judeus nem ticavam
nos porcos.
Rebaixar-se ao ponto de alimentar esses animais é uma grande humilhação
para um judeu, para o jovem desta parábola o comer a comida que os
porcos haviam tocado significava uma grande degradação, ele
verdadeiramente havia naufragado e submetido as profundezas.
Contudo vemos no pai do jovem a imagem de Deus, um pai amoroso e pronto
para perdoar, e aceitar o filho de volta ao
lar.
Objetivos da aula
Fazer seus alunos reconhecerem que devemos obedecer a Deus, bem como
guardar seus mandamentos, pois isto é vital para a vida cristã.
Fazer os alunos compararem a situação entre o filho que obedece ao pai e o que não obedece.
Introdução
Estamos na reta final deste trimestre, visto ser esta lição 10, como
havia dito antes, as ultimas lições estaremos estudando a vida do
pecador já salvo, na lição 9 vimos os benefícios da salvação, agora
daremos prosseguimento.
Na lição 10 caberia estudar a condição de filhos de Deus, uma posição
privilegiada que agora temos. Embora o comentarista tenha focado em
outro ângulo, pois direcionou a lição para o filho pródigo, é necessário
planejar a aula para verificar se esta mesma é a necessidade dos seus
alunos!
O fato de haver um comentário metódico, não é necessário segui-lo a
risca, pois em alguns casos pode ser insuficiente ou repetitivo,
portanto cabe ao professor fazer as devidas correções.
Como tenho feito sempre, adicionamos outros subsídios, sem deixar contudo os tópicos da revista.
I- Deus como Pai
Um aspecto interessante é que em algumas religiões não existe a
concepção de que Deus seja pai. Muitas religiões e crenças idealizam um
deus sem esta característica, na verdade eles não concebem que um ser
como Deus possa ter filhos, ainda mais humano cheios de erros e
imperfeições.
As primeiras concepções de Deus como pai, aparecem no antigo
testamento, pela ocasião da criação, pois Deus preparou tudo para que o
homem pudesse viver em paz ao seu lado e, um estado perfeito e eterno.
Embora o antigo testamento relate muitos fatos sobre o povo de Israel,
se passou muito tempo para se dar conta dessa realidade, desse fato,
dessa experiência de Deus como Pai. Muitos o imaginavam, até com
preferência, como juiz, como Senhor, legislador e rei.
Deus é Pai: essa experiência encontramos refletida já no rumo da
historia, quando o povo passa pelo mar vermelho a pé enxuto e os
egípcios perecem no mesmo mar. Os Israelitas entoam, então, um bonito
canto em que aparece exatamente Deus como nosso Pai. Eles já o conheciam
através da criação como: o pai que cuida, que alimenta, o pai que se
preocupa até com a veste dos seus filhos, o pai que os acompanha
naqueles dias difíceis no deserto.
Outro exemplo disto encontramos em Os 11.1-4
Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho.
Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura.
Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os pelos seus braços, mas não conheceram que eu os curava.
Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles
como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei
mantimento.
Aqui Deus Pai se apresenta com tudo o que um pai pode fazer pelo seu
filho, filho rebelde, filho que não se deixa conduzir, não se deixa
levar como Deus desejava. Deus se dirige a esse povo com toda essa
bondade paterna, cuida dele, e até por uma certa severidade de pai, o
conduz ao deserto para a reflexão mais profunda.
Em Isaias encontramos diversas vezes a afirmação de Deus como Pai, observe:
Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão nos não conhece, e Israel não
nos reconhece. Tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor desde a
antiguidade é o teu nome.
Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. ( Is 63.16, 64.8)
Na passagem do Gênesis 6.6, diz-se que “Deus se arrependeu de ter feito
o homem” e sentiu uma profunda dor pelo fato de o homem pecar
continuamente. Mas tudo isso não evitou, que Ele continuasse seu plano
de amor, de paternidade para com toda a humanidade. Não abandonou o ser
humano, mas o seguiu como um pai que acompanha um filho rebelde.
Castiga para poder salvar, castiga para que o povo sinta os seus passos errados, para voltar ao bom caminho.
Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? (Hb 12.6,7)
Por fim entendemos que Deus é o Pai universal, a qual faz chover sobre
justos e injustos; faz nascer o sol sobre os bons e maus.
II- São todos filhos de Deus?
Embora que no mundo, as pessoas sem o conhecimento de Deus; afirmem
serem filhos de Deus, a realidade é bem diferente; a Bíblia nos
esclarece.
Ela afirma que somente aqueles que são gerados por Deus são de fatos
filhos de Deus, assim como o Senhor Jesus, que foi gerado por obra e
graça do Espirito Santo, bem como todos que aceitam a Cristo como seu
Salvador.
Algo importante de ser notar é que no principio da criação a Trindade Divina revela:
Façamos o homem conforme a nossa imagem e semelhança. (Gn 1.26)
Como já havíamos explicado em outra lição; a imagem e semelhança se
refere ao carater, ao estado perfeito que o homem foi criado, isto no
sentido material e espiritual.
Mas após a queda, a situação mudou:
E Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete. (Gn 5.3)
Observe que os descendentes de Adão e Eva já não eram formados segundo a
imagem e semelhança de Deus, mas sim conforme a sua própria imagem, ou
seja, os seus descendentes herdaram toda corrupção do pecado.
Um outro fato que diferenciou o ser humano como filho de Deus se verificou nas linhagens dos descendentes de Adão.
Sabemos que inicialmente Adão gerou dois filhos, Caim e Abel, Caim
matou Abel porque era má, logo em seguir Eva teve mais um filho chamado
Sete, quando este gerou um filho pos o nome de Enos, daí por diante se
começou a invocar o nome de Senhor.
Deste modo, a linhagem dedicada a Deus, vinda de Sete passou a ser
considerada como os filhos de Deus e a linhagem má de Caim se afastou de
Deus por completo, tornando-se os filhos dos homens.
Mas de um modo geral e espiritual, todos herdaram de Adão a condenação,
pois estavam mortos espiritualmente, não eram filhos de Deus, mas
apenas criaturas de Deus.
II.1- Filhos de crente
Popularmente alguns afirmam que Deus não tem netos e sim filhos, isto
ocorre porque muitos adolescentes imaginam pelo fato de terem nascidos
em uma lar onde seus pais são cristãos, já o fazem um filhos de Deus.
Mas na realidade, todos precisam passar pelo mesmo processo do novo
nascimento, o fato de ter nascido em berço evangélico não o constituí
como filho de Deus, mas somente o ser gerado por Deus, foi neste sentido
que o Senhor afirmou a Nicodemus, quem é nascido da carne é carne, mas
que é nascido do Espirito e´espirito.
Este mesmo mal entendo já causou problemas para o povo de Deus; quando
Israel saiu do Egito a Bíblia afirma que toda aquela geração morreu no
deserto, e uma nova se levantou, porem esta nova geração não sabia das
maravilhas que o Senhor havia feito no Egito.
Eles eram filhos de crentes, porém desconheciam a Deus.
Por esta razão, Deus não possui netos, todos tem de ser filhos, se o
adolescente nasceu em um lar evangélico, no tempo certo ele deve aceitar
a Jesus como seu Salvador, e assim passar pelo novo nascimento, para
que de fato se torne um filho de Deus.
III- Quem são os filhos de Deus?
Já vimos acima que nem todos são filhos de Deus, é necessário passarem
por um processo, para que de fato sejam legítimos filhos de Deus.
O apostolo João afirma que todos quantos o receberam, dei-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus. João afirma que para se tornar um filho
de Deus é necessário recebe-lo, e receber significa crer, ter fé no seu
nome e na sua obra.
Também o apostolo Paulo afirmou que somente os que são guiados pelo Espirito Santo são filhos de Deus.
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. (Rm 8.14)
Através do nascimento espiritual sofremos um processo de adoção, a qual
nos tornamos filhos de Deus, humanamente falando, adoção é o processo
pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por
natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta
transação legal traz como resultado, a criança torna-se um filho, um
novo membro da família, com plenos direitos sobre o patrimônio da
família que o adotara.
A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a
adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e
finalidade, quando recebemos a Jesus Cristo em nosso coração, como
Senhor e Salvador, nos tornamos filhos de Deus, e passamos a ter os
direitos e privilégios inerentes àquela posição.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez,
estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo
qual clamamos: Aba, Pai.
O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de
Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para
que também com ele sejamos glorificados
(Rm 8.15-17)
Passamos então a ter o privilégio de sermos membros da família de Deus,
e o direito de sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo.
Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes
sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus. (Ef 2:19).
Por fim concluímos com as palavras de Paulo aos Gálatas:
Pois todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque
todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não
há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (Gl 3.26-28)
Conclusão
O trimestre nos propõe o plano da salvação, nas ultimas lições; os
benefícios e resultados da salvação, sendo que na lição dez nos coube
falar sobre “somos filhos de Deus”
Porem o comentarista da revista focou a lição na parábola do filho
pródigo, algo impróprio, sem que haja uma introdução da condição de Deus
como pai, o que procurei fazer.
Como afirmei antes, o professor dever fazer as devidas adaptações a sua
aula, o que sugiro utilizar o comentário da revista quanto o filho
pródigo, o que dispensa de minha parte algum comentário, visto na
revista já conter o suficiente, caso o professor utilize os textos.
Que Deus os abençoe.
Colaboração para o Portal Escola Dominical- Profº Jair César S. Oliveira
Fonte: PortalEBD
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