sexta-feira, 20 de setembro de 2013

LIÇÃO 12 – A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO

(Fp 4.10-13)

INTRODUÇÃO
            Nesta lição estudaremos o belíssimo relacionamento entre um pastor e suas ovelhas. De todas as igrejas locais fundadas pelo apóstolo Paulo, sem dúvida, a igreja de Filipos lhe era peculiar, pois aceitava com alegria os cuidados apostólicos, bem como os retribuía amorosamente sob a forma de obediência e generosas contribuições. Destacaremos também o contentamento de Paulo apesar das situações adversas que enfrentava, tendo como fonte de sua força o próprio Cristo.
I – DEFINIÇÕES
            Vejamos as definições das duas palavras chave do título desta lição, a saber: reciprocidade e amor. Neste caso, estamos falando do amor cristão.
1.1 Reciprocidade. O dicionário Aurélio define reciprocidade como o “estado ou qualidade do que é recíproco. Correspondência mútua de palavras, atos etc. Reciprocidade de sentimentos, de serviços”. No que diz respeito ao amor cristão, a reciprocidade deve ser uma via de mão dupla de constante fluxo (Mt 7.12; Gl 6.9).
1.2 Amor cristão.Esse é o amor de Deus que está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). A palavra grega para descrever o amor de Deus é ágape, e significa “afeição, benevolência, consideração aficionada, boa vontade, afeição fraternal”. O texto que melhor representa o amor divino é (I Co 13).

II – A PROVIDÊNCIA DIVINA ATRAVÉS DOS FILIPENSES
            Sem dúvida, havia um carinho especial do apóstolo Paulo em relação à igreja de Filipos. Ele reconhece a generosidade daqueles crentes e o seu cuidado para com o servo do Senhor que havia fundado aquela igreja local.
2.1 Agratidão do apóstolo. É interessante a forma suave como Paulo agradece aos filipenses por terem lhe enviado o sustento necessário: “Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade” (Fp 4.10). A preocupação daqueles crentes com o seu líder nada mais era do que uma retribuição à sua dedicação para com eles, ou seja, havia uma reciprocidade amorosa entre o pastor e as ovelhas. Isso está claro nas palavras de Paulo em toda a epístola (Fp 1.3-8; 2.19; 4.1).
2.2 O cuidado da igreja local com os seus obreiros. A igreja em Filipos era dotada de uma profunda consciência no que dizia respeito ao sustento dos obreiros. Quando o evangelho começou a avançar na Macedônia e adjacências, foram esses crentes que proveram as necessidades do apóstolo Paulo (Fp 4.15); depois, quando estava em Tessalônica, por duas vezes foi ajudado pelos filipenses (Fp 4.16). Quando escreveu a epístola, Paulo agradeceu novamente por mais uma ajuda a ele enviada (Fp 4.10). Muito diferente da consciência dos filipenses, era a dos crentes de Corinto. Alguns deles chegavam a duvidar do apostolado de Paulo e se esqueciam de que fora ele quem fundara aquela igreja (I Co 9.1). Paulo teve ainda que justificar o direito que ele tinha como apóstolo, de ser sustentado pela igreja (I Co 9.2-10). Ele fez isso traçando um paralelo entre a Antiga e a Nova Aliança. Paulo demonstrou que o princípio válido para os levitas (mais especificamente para os sacerdotes), que eram, por determinação divina, sustentados pela nação de Israel, continuava válido no período da Igreja em relação àqueles que se dedicam integralmente à obra do Senhor (Nm 18.20-24; I Co 9.13,14).
III – A PERSPECTIVA PAULINA ANTE OS SOFRIMENTOS QUE PADECEU
            É inspirador observar o contentamento do apóstolo Paulo em meio às mais variadas provações. A carta aos filipenses é uma prova incontestável dessa verdade. Em vários trechos, Paulo manifesta sua alegria e a recomenda aos crentes, mesmo estando ele preso (Fp 1.3,4; 2.2,17,18; 3.1; 4.4). O apóstolo deixa claro que, apesar de estar grato pelo envio do sustento, o seu bem-estar não dependia disso, pois a sua suficiência estava em Cristo.
3.1“Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi [...]” (Fp 4.11-a).O termo utilizado, traduzido por “aprendi” é  manthano, que dentre outros significados, aponta para “aprender ou compreender de uma vez por todas através da experiência”. O apóstolo teve experiências de atravessar as mais terríveis provações e sair vitorioso, porque entendia que o sofrimento tem objetivo pedagógico (Fp 4.12). Confira também (Sl 119.67,71).
3.2“[...] a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11-b). A palavra “contente”, no grego autarkes, era muito utilizada naquela época pelos filósofos estóicos. Eles diziam que “um homem que em quaisquer circunstâncias conseguisse permanecer contente, era um homem verdadeiramente feliz”. No contexto desta e de outras passagem Paulo condena a ambição, que é o antônimo (contrário) do contentamento (Rm 12.16; I Tm 6.8). Aqueles que não sabem se contentar com o que tem “caem em tentação, em laço, em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (II Tm 6.9). São bastante adequadas as palavras do sábio Agur para nos vacinar contra isso (Pv 30.8,9). Não é demais lembrar que o apóstolo Paulo estava preso quando escreveu a mais alegre de todas as suas epístolas                  (Fp 1.12,13,17; Fp 1.3,4; 2.2,17,18; 3.1; 4.4). Então ele tinha autoridade para ensinar acerca do contentamento cristão.
3.3 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). Antes de Paulo fazer esta declaração, ele diz o que podia em Cristo: “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade” (Fp 4.12). Percebe-se claramente aqui o que realmente Paulo queria dizer era que, ELE PODIA EM CRISTO VIVER SOB QUALQUER CONDIÇÃO. ABíblia NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje), traz uma tradução bastante interessante deste versículo é  a seguinte: “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Logo, o apóstolo apoiava-se na dependência de Cristo, e não em si mesmo.   
IV – O AMOR DO APÓSTOLO PARA COM OS FILIPENSES
            Assim como os crentes filipenses cuidaram do apóstolo, também este manifestou um ardente cuidado para com eles. São várias as demonstrações de amor e zelo pastoral ao longo da carta.
·          Paulo fazia constantes orações e súplicas pelos filipenses(Fp 1.4);
·          Entre partir para estar com o Senhor ou ficar ainda na terra, o apóstolo escolheu esta última opção tão somente por amor àqueles crentes(Fp 1.23-26);
·          A alegria do apóstolo consistia no amor mútuo entre os crentes de Filipos(Fp 2.1,2);
·          O bem-estar de Paulo dependia do bem-estar dos filipenses(Fp 2.19);
·          Para saber do estado daqueles crentes, o apóstolo Paulo enviou os seus melhores cooperadores, a saber: Timóteo e Epafrodito(Fp 2.20,25);
·          As expressões usadas por Paulo para se dirigir àqueles irmãos são as mais afetuosas possíveis: “meus amados”, “mui queridos irmãos”, “minha alegria” e “coroa” (Fp 4.1);
·          O amor do apóstolo Paulo para com os filipenses independia de seu reconhecimento e retribuição, ou seja, independia de reciprocidade, embora esta ocorresse(Fp 4.17).
CONCLUSÃO
            A postura dos filipenses para com o apóstolo Paulo dava-lhes condições de exercer o seu ministério com alegria (Fp 1.3,4). Em nenhuma outra carta Paulo abre o seu coração tão terna e afetuosamente como o faz, escrevendo aos crentes de Filipos. A recomendação posterior do escritor da carta aos hebreus já era cumprida integralmente por Paulo e os filipenses: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta por delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso vos seria útil” (Hb 13.17).
REFERÊNCIAS

·         Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.CPAD.

·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

·         ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

·         CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. vol. 5. HAGNOS.

·         MACARTHUR. Bíblia de Estudo. SBB.

·         VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT.CPAD.


COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROF. PAULO AVELINO
Fonte: PortalEBD


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