sexta-feira, 5 de julho de 2013

LIÇÃO 01 – PAULO E A IGREJA EM FILIPOS

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013
FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
COMENTARISTA: ELIENAI CABRAL
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM RECIFE/PE


 (Fp 1.1-11)
INTRODUÇÃO
Neste terceiro trimestre de 2013 estudaremos sobre Filipenses: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Abordaremos nesta primeira lição, informações sobre Filipos - importante cidade da Macedônia. Veremos também que foi através de Paulo e Silas que o evangelho adentrou a esta cidade, considerada como o portão de entrada da
Europa. Veremos quais os resultados que estes dois bravos missionários obtiveram ao obedecer a direção divina e, por fim, trataremos da epístola endereçada aos filipenses e alguns ensinamentos nela contidos.
I – INFORMAÇÕES SOBRE A CIDADE DE FILIPOS
1.1 Cidade. Lucas nos mostra à cidade de Filipos como a “...primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia...” (At 16.12), o que nos deixa claro que era cidade de grande importância política. Como colônia romana, Filipos
tinha autonomia do governo provincial e os mesmos direitos que tinham as cidades na Itália, incluindo o uso da lei romana, isenção de alguns impostos e cidadania romana para seus habitantes (At 16.21).

1.2 Nome. Originalmente conhecida como Krenides “As pequenas fontes” devido ao grande número de fontes que havia em seus arredores, Filipos “cidade de Filipe” recebeu o seu nome de Filipe II da Macedônia (o pai de Alexandre Grande) em 360 a.C. Atraído pelas minas de ouro que havia no local, Filipe conquistou a região no século IV a.C. No século II a.C., Filipos tornou-se parte da província da Macedônia.
1.3 Localização. Filipos ficava localizada na parte oriental da Macedônia, em uma planície a leste do monte Pangeus, entre os rios Estrimon e Nestos. Ficava perto do Gangites, um riacho de águas turbulentas, cerca de 16km distante do mar, constituindo o portão de entrada da Europa. Isso posto, apesar de não ser um porto marítimo, visto que ficava relativamente perto do mar. Lemos acerca de Paulo e seus companheiros que “...navegamos de Filipos...” (At 20.6).
II – COMO O EVANGELHO CHEGOU EM FILIPOS
A primeira exposição da cidade de Filipos ao evangelho é registrada em (At 16.6-40), quando Paulo, em sua segunda viagem missionária, com Silas e Timóteo chegaram lá (At 15.40). A princípio a intenção do apóstolo era ir para Ásia, e depois para Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7). Estando em Trôade, Lucas conta que Paulo teve uma visão, que lhe deu nova rota para sua tarefa missionária (At 16.9). Após esta visão, o apóstolo concluiu que Deus o chamava para ali pregar o evangelho (At 16.10-12). Assim nasceu a igreja cristã no continente europeu.
2.1 Conversões. Após desembarcar no porto da cidade de Neápolis, Paulo dirigiu-se a Filipos e lá anunciou o evangelho (At 16.12). Como era seu costume, primeiro procurava fazer isso nas sinagogas que ali tivessem (At 13.14; At 17.1,2; At 17.10-12). No entanto, Filipos, evidentemente, tinha uma população muito pequena de judeus. Por não haver homens suficientes para uma sinagoga (era exigido dez homens judeus que fossem chefes de família), algumas mulheres devotas se reuniam fora da cidade num lugar de oração, ao longo do rio Gangites (At 16.3). Paulo pregou o evangelho aquelas
mulheres e a primeira das mais notáveis conversões foi a de uma vendedora de púrpura chamada Lídia, da cidade de Tiatira (At 16.14). Ela e toda a sua casa receberam o apóstolo e creram no evangelho por ele pregado. É provável que no seu início, a igreja de Filipos tenha se reunido em sua casa (At 16.13-15).
2.2 Libertação. Após as primeiras conversões, às oposições satânicas surgiram na pessoa de uma escrava jovem que possuía um espírito maligno que a concedia a capacidade de adivinhar (At 16.16). Mas, Paulo não querendo nem mesmo um testemunho favorável de origem maligna, expulsou o demônio dela e a jovem foi liberta (At 16.17,18). Isso despertou grande ira por parte dos senhores que obtinham lucros com às adivinhações daquela escrava jovem. Eles então arrastaram Paulo e Silas perante os pretores da cidade (At 16.19,20) e inflamaram o orgulho cívico dos filipenses, alegando que eles eram uma ameaça para os seus costumes (At 16.20,21). Como consequência, os dois missionários foram açoitados e presos (At 16.22-24).
2.3 Milagres. Açoitados, colocados no cárcere interior e com os pés presos no tronco, Paulo e Silas à meia noite, começaram a orar e cantar hinos a Deus (At 16.25). De repente, aconteceu uma intervenção divina. Os dois pregadores presenciaram um grande terremoto que abalou os alicerces da prisão, abriu as portas e desfazendo as algemas dos
prisioneiros (At 16.26). O carcereiro que guardava os prisioneiros tentou se matar, mas Paulo se interpôs dizendo-lhe que não fizesse nenhum mal a si mesmo, pois todos os prisioneiros ali estavam (At 16.27,28). Em seguida, lhe pregou o evangelho bem como também a toda a sua casa, e todos creram, e foram batizados (At 16.32-34).
III – INFORMAÇÕES SOBRE A CARTA AOS FILIPENSES
3.1 Autoria. A própria epístola reivindica a autoria paulina (Fp 1.1). Pode-se destacar também algumas evidências internas, que comprovam isso, por exemplo: (1) as referências aos aprisionamentos de Paulo concordam com aquilo que sabemos ser verdade, a cerca dos sofrimentos dele (Fp 1.7); (2) o apóstolo também se refere à sua anterior pregação na Macedônia (Fp 4.15); e (3) Bem como ao fato de que os crentes de Filipos lhe tinham enviado dádivas (Fp 4.10), o que não é um elemento que um forjador tivesse querido incluir, visto que normalmente era costume de Paulo viver independentemente das igrejas, quanto ao aspecto financeiro.
3.2 Data e lugar. A questão da data da escrita da carta aos Filipenses não pode ser separada da questão do local em que ela foi escrita. O ponto de vista tradicional é que esta epístola, juntamente com as outras cartas da prisão (Efésios, Colossenses e Filemom), foi redigida durante a primeira prisão de Paulo em Roma, ou seja, entre os anos 60-63 d.C e enviada por Paulo através de Epafrodito (Fp 2.25). As referências a “guarda pretoriana” (Fp 1.13) e aos “santos... os da casa de César” (Fp 4.22) são fortes evidências internas de que Paulo a tenha escrito de Roma, onde o imperador morava.
As semelhanças entre os detalhes sobre a prisão de Paulo dadas em Atos e nas epístolas da prisão também atestam que ele escreveu quando estava em Roma, por exemplo: (1) Paulo era guardado por soldados (At 28.16; Fp 1.13,14); (2) era-lhe permitido receber visitas (At 28.30; Fp 4.18) e (3) teve a oportunidade de pregar o evangelho (At 28.31; Fp 1.12-14).
IV – ENSINAMENTOS PRÁTICOS DA CARTA AOS FILIPENSES
Filipenses se trata de uma carta bastante prática, que contém pouco material histórico (não há citações do Antigo Testamento), porém, contém uma pequena exposição da autobiografia espiritual do apóstolo Paulo, o autor (Fp 3.4-7).
Vejamos ainda alguns assuntos que são abordados nesta preciosa epístola e que estudaremos neste trimestre:
4.1 Alegria apesar dos sofrimentos. Esse tema surge de maneira mais pronunciada nesta missiva do que em qualquer outro dos escritos paulinos. Isso pode nos soar estranho, considerando as circunstâncias adversas sob as quais esta carta foi escrita, pois como já vimos Paulo se encontrava aprisionado, e pairavam sobre ele tão graves ameaças que por certo já pensava num possível martírio (Fp 2.17). Esta carta ficou conhecida como “Epístola da Alegria” pois o termo “alegria” no grego chara ocorre cinco vezes (Fp 1.4,25; 2.2,29; 4.1) enquanto que o verbo “regozijar-se” chairo aparece nove vezes (1.18; 2.17,18,28;3.1;4.4,10) e “regozijem-se com” synchairo duas vezes (2.17,18). Paulo responde com alegria à proclamação bem sucedida do evangelho (Fp 1.18) e incentiva os cristãos filipenses a também se alegrarem (Fp 4.4).
4.2 Imitar o exemplo da humildade de Cristo. Havia ainda a necessidade de exortar os crentes de Filipos à unidade e a humildade. Isso levou Paulo a compor sua mais profunda declaração concernente à humanidade de Cristo; à sua missão humana; à sua humilhação; ao seu triunfo em sua missão terrena e à sua exaltação aos lugares celestiais, que redundará em sua supremacia sobre tudo que há na criação (Fp 2.5-11). Os leitores dessa carta estavam sendo exortados a seguir o modelo de servo na pessoa de Cristo (Fp 2.1-4), o qual o apóstolo procurava também reproduzir (Fp 3.17).
4.3 Viver em comunhão e unidade. Paulo continuamente encorajara os cristãos de Filipos a terem o mesmo pensamento (Fp 2.2,14; 4.2). Esta atitude reflete o desejo divino pela unidade do seu povo (Sl 133). Logo, os filipenses deviam manter a unidade, cuidando de sua salvação com reverência e temor (Fp 2.12). Como a nação de Israel eles também deveriam refletir o caráter de Deus e anunciar as boas novas da salvação a um mundo ainda afastado do Senhor, no meio do qual eles deveriam resplandecer como luzeiros (Fp 2.14-16).
4.4 Aliberalidade como sacrifício agradável a Deus. O trecho de (Fp 4.10-20) torna esta carta uma “carta de agradecimento”. Os crentes de Filipos, em mais de uma ocasião, em contraste com outras igrejas da época apostólica, haviam enviado alguma oferta a Paulo, a fim de ajudá-lo em suas situações financeiras tão precárias (Fp 4.15). Portanto, aqueles crentes haviam dado o exemplo de como a igreja cristã, em qualquer época, deve interessar-se por suprir ativamente e com alegria às necessidades daqueles que “vivem do evangelho” (II Co 11.8; I Tm 5.18). Paulo considerava a oferta dos crentes filipenses como “cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp 4.18), a qual não ficaria sem recompensa (Fp 4.19).
CONCLUSÃO
O evangelho de Cristo pregado por meio de Paulo ultrapassou as fronteiras e chegou a Europa. A cidade de Filipos foi impactada pelo poder do evangelho trazendo conversões, libertação e milagres. Neste lugar, uma igreja fora formada e Paulo lhe tinha em grande estima. Os conselhos paulinos contidos na epístola aos filipenses são preciosos ainda hoje para a Igreja, e o principal deles foi exortar os filipenses a imitar a Cristo como o maior exemplo de humildade.
REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
· MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo. SBB.

Fonte: PortalEBD

0 comentários:

Postar um comentário