Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz
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(Fp 1.27-30; 2.1-4)
INTRODUÇÃO
Nesta lição
estudaremos as características comportamentais de uma cidadão do céu; veremos
também qual deve ser a atitude do crente ante uma posição oposta a sua fé;
analisaremos ainda qual deve ser a postura de um crente neste mundo tão hostil,
maligno e distante de Deus. Faremos uma abordagem analítica de alguns
versículos da carta aos filipenses contextualizando com nossos dias; e por fim,
uma abordagem sobre os objetivos do testemunho e da conduta cristã.
I – DEFINIÇÕES
O Aurélio define comportamento como: “conjunto de
atitudes e reações do indivíduo em face do meio social”. A palavra
testemunho que é um termo equivalente é oriunda do termo grego “marturion”.
O Testemunho cristão refere-se ao comportamento e as atitudes dos servos de
Deus, de acordo com o modelo bíblico (Mt 5.13-16). É dever de todo cristão, ter uma vida
íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna (Fp 2.15; Ml
3.18; IIRs 4.9; ITm 4.12).
II - O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (Fp. 1.27)
A notícia que Paulo desejava ouvir é
a de que os filipenses “permanecem firmes”, (Fp. 1.27-30) sem
ceder terreno, unidos num só propósito como se fossem um só espírito, ou uma só
“alma” (mente), “combatendo juntamente pela fé do evangelho” (Fp.
1.27). Vejamos o significado de algumas palavras do capítulo 1 versículo 27 da
carta de Paulo aos filipenses:
2.1 “portar-se” (Fp 1.27-a). A palavra “portar-se” que melhor traduzida de acordo com o
contexto se refere ao comportamento de um cidadão. Portanto, como “cidadãos dos
céus” os cristãos devem conduzir-se de um modo digno do evangelho. Esse modo
digno de conduzir-se implica agir com firmeza e equilíbrio na vida cristã
cotidiana.“somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de
Cristo”. Paulo lembra nessa exortação o fato de que eles deveriam saber
como viver numa sociedade comprometida com a cidadania imperial romana (Fp
2.15), sem se esquecer de que eles tinham uma cidadania celestial, cujo Rei era
o Senhor Jesus Cristo. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp.
3.20). O apóstolo apela para a conduta cristã que os filipenses deveriam ter em
relação à vida da cidade política e social de Filipos.
2.2 “dignamente” (Fp 1.27-a). Esta palavra aparece no texto grego do NT como “axios”
e é usada por Paulo em outras cartas (Ef
4.1; Cl 1.10; 1Ts 2.12). A palavra “axios” sugere, na sua
etimologia, a figura de uma balança de dois pratos em que o fiel da balança
determina a medida exata daquilo que está no prato. O valor ou dignidade é
achado quando o fiel da balança fica na posição vertical central. Os pratos da
balança que ficam em posição horizontal precisam ter o mesmo peso para
equilibrar o fiel da balança. O cristão precisa ter uma vida equilibrada com o
fiel da balança que é a vontade soberana de Deus para a sua vida.
2.3 “conforme o evangelho de Cristo” (Fp. 1.27-b). Do mesmo modo como cada cidadão romano tinha que viver
conforme as leis do Império Romano, os cristãos deveriam viver de modo digno do
evangelho, sem ofender a lei terrena, mas nunca negando a salvação recebida de
Cristo Jesus. Por isso, um cidadão consciente sabia que deveria sempre
respeitar as leis do império para ter privilégios de cidadãos (Rm 13.1-7). Do
mesmo modo, o cristão devia comportar-se como cidadão dos céus, porque sua nova
pátria é o Reino de Deus. Mais à frente, Paulo identifica bem esse novo estado
de vida do cristão quando diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde
também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). O cristão
deve, portanto, comportar-se de forma digna dessa cidadania (2 Co 5.17; Fp 4.3;
1 Ts 2.12).
2.4 “quer vá e vos veja, quer esteja ausente” (Fp 1.27-c). No caso de ser solto da prisão, Paulo planejava visitar aos
crentes de Filipos; e ainda que assim não sucedesse, desejava receber
confirmação de que estavam andando “dignamente”. Se porventura as
circunstâncias se tomassem adversas para o apóstolo, e ele tivesse de continuar
aprisionado, queria ouvir falar do “andar” digno daqueles crentes, mesmo que
não pudesse vê-los pessoalmente.
2.5 “que estais firmes” (Fp 1.27-c). Essa expressão pode
ser comparada com o trecho de (Ef. 6.11,13), onde o mesmo vocábulo grego é
empregado, e onde o soldado cristão recebe ordem de resistir ao inimigo, sem
retroceder, fazendo frente aos seus ataques e conquistando assim a vitória.
(IITs. 2.15).
2.6 “em um só espírito” (Fp 1.27-c). Indiscutivelmente, a unidade no seio da igreja cristã, vem
através da influência da residência do Espírito nos crentes, porquanto ele é o
unificador e o fortalecedor da Igreja de Cristo.
III
- OBJETIVOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO
Podemos
enumerar, pelo menos três objetivos do testemunho cristão. Vejamos:
·
Demonstrar à sociedade que somos novas
criaturas. Não há nenhum
erro em tornar conhecidas a mudanças
realizadas em nós, por intermédio da ação do Espírito Santo, desde que o
objetivo não seja a auto glorificação. Através do testemunho cristão, o crente
demonstra à sociedade que já não é mais o mesmo, e que sua vida foi transformada,
tornando-se numa nova criatura (Rm 8.1; II Co 5.17);
·
Evangelizar. Através do seu testemunho pessoal o
cristão também evangeliza (ITm 4.16). Sua própria vida já é um testemunho vivo
do poder de Deus. Se demonstrarmos um bom testemunho diário, estaremos
propagando, com eficácia, o poder do Evangelho que é o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê, conforme (Rm 1.16);
·
Glorificar a Deus. Ninguém pode duvidar que, através do
testemunho cristão, os homens podem glorificar a Deus. Jesus disse: “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.16).
IV
- A CONDUTA DO CRENTE NO MUNDO
Para
ilustrar a importância da conduta cristã, o Senhor Jesus utilizou-se de dois
elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz. A ilustração do sal fala do nosso
caráter; a luz fala da nossa conduta. Cristo falou primeiro do sal da terra e
depois da luz do mundo. Assim o caráter precede o testemunho. Vejamos algumas
lições práticas que podemos extrair desses dois elementos:
·
O sal é preservador. Ele
conserva e preserva; daí ser figura da pureza. Sua cor alva também fala disso.
Ele evita a deterioração.
·
O sal produz sede. É
a multidão perguntando aos apóstolos: "Que faremos varões irmãos?"
(At 2.37). É o carcereiro de Filipos clamando: "Senhores! Que é
necessário que eu faça para me salvar?" (At 16.31). São as
multidões à procura de Jesus (Mt 4.25; 8.1; 12.15; 14.14). O crente, como sal,
cria sede espiritual nos outros, e, como luz, conduz as pessoas Àquele que é a
fonte da salvação.
·
O sal é invisível quando em ação.
O sal, antes de ser aplicado, é visível, mas ao começar a agir, temperando,
preservando torna-se invisível. O sal, age invisivelmente, mas sua ação é
claramente sentida.
·
O cristão como luz do mundo. Diferente do sal, que não é visto em ação,
a luz só tem valor quando é percebida. A ausência da luz permite que a
escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem.
·
A luz precisa ser alimentada.
A luz que iluminava as casas nos tempos de Jesus era de lamparina, alimentada
através de um pavio mergulhado em azeite. O tipo de material da lâmpada
variava, mas o combustível era um só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro
cristão. Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para difundir a luz de
Cristo e a luz do Evangelho (Mt 25.3,4).
·
A luz não se mistura. Mesmo
que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina. Assim deve
ser o crente: viver neste mundo tenebroso à difundir a luz de Cristo, sem se
contaminar com o pecado e as obras infrutuosas das trevas (Mt 5.16; Fp. 2.15).
V - A ATITUDE DO CRISTÃO NO MUNDO
A palavra de Deus, como “regra de fé e
prática” do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a
vida do cristão, independente de sua cultura, status, época, etc. (Sl
119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, na Palavra de Deus, a atitude cristã
neste mundo:
·
Não
devemos nos conformar com o mundo (Rm 12.2). A expressão “não vos conformeis” tem o sentido de “não
tomar a forma” ou “não ser igual”. Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava
dizendo: “não queira ser igual ao mundo”. O cristão deve reconhecer que o
presente sistema mundano é mau (At 2.40; Gl 1.4) e que está sob o controle de
Satanás (Jo 12.31; I Jo 5.19).
·
Não devemos
ser amigos do mundo (Tg 4.4). Ser amigo do mundo significa acatar e aceitar os pecados, valores e
prazeres mundanos. Por isso, Deus não aceita tal amizade (Mt 6.24; I Jo 5.19).
·
Devemos vencer o mundo. Todo cristão
enfrenta, no seu dia-a-dia, três grandes inimigos: o diabo (I Pe 5.8), a carne
(Gl 5.17) e o mundo (I Jo 5.4); que tentam deter sua jornada espiritual e
distanciá-lo de Deus.
CONCLUSÃO
Concluímos que o
comportamento dos salvos em Cristo, deve ser de forma digna conforme o
evangelho do Senhor Jesus, portando-se de tal forma que os incrédulos vejam a
luz do evangelho e conheçam a salvação através de Cristo Jesus (Mt 5.13-16) e
glorifiquem o vosso Pai que está nos céus, pois os salvos foram foram chamados
para salgarem e serem luz em todas as esferas da vida, onde quer que eles
estejam.
REFERÊNCIAS
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APLICAÇÃO PESSOAL.
Bíblia de Estudo. CPAD.
·
ARRINGTON,
French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
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CHAMPLIN,
Russell
Norman. Dicionário de
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CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo
por versículo. HAGNOS.
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CABRAL. Elienai. FlLIPENSES: A humildade de Cristo como exemplo para
a Igreja. CPAD.
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STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT
e do NT. CPAD.
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