sexta-feira, 19 de julho de 2013

LIÇÃO 3 – O COMPORTAMENTO DOS SALVOS EM CRISTO


  Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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(Fp 1.27-30; 2.1-4)
INTRODUÇÃO
            Nesta lição estudaremos as características comportamentais de uma cidadão do céu; veremos também qual deve ser a atitude do crente ante uma posição oposta a sua fé; analisaremos ainda qual deve ser a postura de um crente neste mundo tão hostil, maligno e distante de Deus. Faremos uma abordagem analítica de alguns versículos da carta aos filipenses contextualizando com nossos dias; e por fim, uma abordagem sobre os objetivos do testemunho e da conduta cristã.  

I – DEFINIÇÕES
            O Aurélio define comportamento como: “conjunto de atitudes e reações do indivíduo em face do meio social”. A palavra testemunho que é um termo equivalente é oriunda do termo grego “marturion”. O Testemunho cristão refere-se ao comportamento e as atitudes dos servos de Deus, de acordo com o modelo bíblico (Mt 5.13-16).  É dever de todo cristão, ter uma vida íntegra, independente do modelo e dos padrões da sociedade moderna (Fp 2.15; Ml 3.18; IIRs 4.9; ITm 4.12).

II - O COMPORTAMENTO DOS CIDADÃOS DO CÉU (Fp. 1.27)
            A notícia que Paulo desejava ouvir é a de que os filipenses “permanecem firmes”, (Fp. 1.27-30) sem ceder terreno, unidos num só propósito como se fossem um só espírito, ou uma só “alma” (mente), “combatendo juntamente pela fé do evangelho” (Fp. 1.27). Vejamos o significado de algumas palavras do capítulo 1 versículo 27 da carta de Paulo aos filipenses:

2.1 “portar-se” (Fp 1.27-a). A palavra “portar-se” que melhor traduzida de acordo com o contexto se refere ao comportamento de um cidadão. Portanto, como “cidadãos dos céus” os cristãos devem conduzir-se de um modo digno do evangelho. Esse modo digno de conduzir-se implica agir com firmeza e equilíbrio na vida cristã cotidiana.“somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo”. Paulo lembra nessa exortação o fato de que eles deveriam saber como viver numa sociedade comprometida com a cidadania imperial romana (Fp 2.15), sem se esquecer de que eles tinham uma cidadania celestial, cujo Rei era o Senhor Jesus Cristo. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp. 3.20). O apóstolo apela para a conduta cristã que os filipenses deveriam ter em relação à vida da cidade política e social de Filipos.

2.2 “dignamente” (Fp 1.27-a). Esta palavra aparece no texto grego do NT como “axios” e é usada por Paulo em outras cartas  (Ef 4.1; Cl 1.10; 1Ts 2.12). A palavra “axios” sugere, na sua etimologia, a figura de uma balança de dois pratos em que o fiel da balança determina a medida exata daquilo que está no prato. O valor ou dignidade é achado quando o fiel da balança fica na posição vertical central. Os pratos da balança que ficam em posição horizontal precisam ter o mesmo peso para equilibrar o fiel da balança. O cristão precisa ter uma vida equilibrada com o fiel da balança que é a vontade soberana de Deus para a sua vida.

2.3 “conforme o evangelho de Cristo” (Fp. 1.27-b). Do mesmo modo como cada cidadão romano tinha que viver conforme as leis do Império Romano, os cristãos deveriam viver de modo digno do evangelho, sem ofender a lei terrena, mas nunca negando a salvação recebida de Cristo Jesus. Por isso, um cidadão consciente sabia que deveria sempre respeitar as leis do império para ter privilégios de cidadãos (Rm 13.1-7). Do mesmo modo, o cristão devia comportar-se como cidadão dos céus, porque sua nova pátria é o Reino de Deus. Mais à frente, Paulo identifica bem esse novo estado de vida do cristão quando diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20). O cristão deve, portanto, comportar-se de forma digna dessa cidadania (2 Co 5.17; Fp 4.3; 1 Ts 2.12).
                 
2.4 “quer vá e vos veja, quer esteja ausente” (Fp 1.27-c). No caso de ser solto da prisão, Paulo planejava visitar aos crentes de Filipos; e ainda que assim não sucedesse, desejava receber confirmação de que estavam andando “dignamente”. Se porventura as circunstâncias se tomassem adversas para o apóstolo, e ele tivesse de continuar aprisionado, queria ouvir falar do “andar” digno daqueles crentes, mesmo que não pudesse vê-los pessoalmente.

2.5 “que estais firmes” (Fp 1.27-c).  Essa expressão pode ser comparada com o trecho de (Ef. 6.11,13), onde o mesmo vocábulo grego é empregado, e onde o soldado cristão recebe ordem de resistir ao inimigo, sem retroceder, fazendo frente aos seus ataques e conquistando assim a vitória. (IITs. 2.15).

2.6 “em um só espírito” (Fp 1.27-c). Indiscutivelmente, a unidade no seio da igreja cristã, vem através da influência da residência do Espírito nos crentes, porquanto ele é o unificador e o fortalecedor da Igreja de Cristo.

III - OBJETIVOS DO TESTEMUNHO CRISTÃO
            Podemos enumerar, pelo menos três objetivos do testemunho cristão. Vejamos:
·         Demonstrar à sociedade que somos novas criaturas. Não há nenhum erro em tornar conhecidas a mudanças  realizadas em nós, por intermédio da ação do Espírito Santo, desde que o objetivo não seja a auto glorificação. Através do testemunho cristão, o crente demonstra à sociedade que já não é mais o mesmo, e que sua vida foi transformada, tornando-se numa nova criatura (Rm 8.1; II Co 5.17);
·         Evangelizar. Através do seu testemunho pessoal o cristão também evangeliza (ITm 4.16). Sua própria vida já é um testemunho vivo do poder de Deus. Se demonstrarmos um bom testemunho diário, estaremos propagando, com eficácia, o poder do Evangelho que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, conforme (Rm 1.16);
·         Glorificar a Deus. Ninguém pode duvidar que, através do testemunho cristão, os homens podem glorificar a Deus. Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.16). 

IV - A CONDUTA DO CRENTE NO MUNDO
            Para ilustrar a importância da conduta cristã, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz. A ilustração do sal fala do nosso caráter; a luz fala da nossa conduta. Cristo falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo. Assim o caráter precede o testemunho. Vejamos algumas lições práticas que podemos extrair desses dois elementos:
·        O sal é preservador. Ele conserva e preserva; daí ser figura da pureza. Sua cor alva também fala disso. Ele evita a deterioração.
·        O sal produz sede. É a multidão perguntando aos apóstolos: "Que faremos varões irmãos?" (At 2.37). É o carcereiro de Filipos clamando: "Senhores! Que é necessário que eu faça para me salvar?" (At 16.31). São as multidões à procura de Jesus (Mt 4.25; 8.1; 12.15; 14.14). O crente, como sal, cria sede espiritual nos outros, e, como luz, conduz as pessoas Àquele que é a fonte da salvação.
·        O sal é invisível quando em ação. O sal, antes de ser aplicado, é visível, mas ao começar a agir, temperando, preservando torna-se invisível. O sal, age invisivelmente, mas sua ação é claramente sentida.
·        O cristão como luz do mundo. Diferente do sal, que não é visto em ação, a luz só tem valor quando é percebida. A ausência da luz permite que a escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem.
·        A luz precisa ser alimentada. A luz que iluminava as casas nos tempos de Jesus era de lamparina, alimentada através de um pavio mergulhado em azeite. O tipo de material da lâmpada variava, mas o combustível era um só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro cristão. Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para difundir a luz de Cristo e a luz do Evangelho (Mt 25.3,4).
·        A luz não se mistura. Mesmo que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina. Assim deve ser o crente: viver neste mundo tenebroso à difundir a luz de Cristo, sem se contaminar com o pecado e as obras infrutuosas das trevas (Mt 5.16; Fp. 2.15).

V - A ATITUDE DO CRISTÃO NO MUNDO
            A palavra de Deus, como “regra de fé e prática” do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status, época, etc. (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, na Palavra de Deus, a atitude cristã neste mundo:
·        Não devemos nos conformar com o mundo (Rm 12.2). A expressão “não vos conformeis” tem o sentido de “não tomar a forma” ou “não ser igual”. Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava dizendo: “não queira ser igual ao mundo”. O cristão deve reconhecer que o presente sistema mundano é mau (At 2.40; Gl 1.4) e que está sob o controle de Satanás (Jo 12.31; I Jo 5.19).
·        Não devemos ser amigos do mundo (Tg 4.4). Ser amigo do mundo significa acatar e aceitar os pecados, valores e prazeres mundanos. Por isso, Deus não aceita tal amizade (Mt 6.24; I Jo 5.19).
·        Devemos vencer o mundo. Todo cristão enfrenta, no seu dia-a-dia, três grandes inimigos: o diabo (I Pe 5.8), a carne (Gl 5.17) e o mundo (I Jo 5.4); que tentam deter sua jornada espiritual e distanciá-lo de Deus.

CONCLUSÃO
            Concluímos que o comportamento dos salvos em Cristo, deve ser de forma digna conforme o evangelho do Senhor Jesus, portando-se de tal forma que os incrédulos vejam a luz do evangelho e conheçam a salvação através de Cristo Jesus (Mt 5.13-16) e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus, pois os salvos foram foram chamados para salgarem e serem luz em todas as esferas da vida, onde quer que eles estejam.       
                                  
REFERÊNCIAS
·         APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo. CPAD.
·         ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
·         CHAMPLIN, Russell Norman. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·         CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
·         CABRAL. Elienai. FlLIPENSES: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. CPAD.
·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

·         VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.

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